Os “Estilhaços” do economista Paulo Nogueira Batista Jr.
Segundo o autor, o livro é “uma longa digressão sobre o romantismo"



Depois de SP e Brasília, o economista Paulo Nogueira Batista Jr. lança o livro “Estilhaços” (Editora Contracorrente) no Rio, na Travessa do Shopping Leblon, nessa quarta (11/06). No dia anterior, quem estava fazendo dedicatórias em “Imortalidades” era o economista Eduardo Giannetti.
Em comum, nenhum dos dois escreveu sobre Economia: são reflexões, digamos, mais sensíveis, de interesse generalizado. Nas palavras de Paulo, o livro é “uma longa digressão sobre o romantismo. Não há partes estanques; as memórias se misturam com a arte; os contos, com as lembranças, a vivência com a imaginação”, diz ele, sobre a subjetividade para transmitir a importância da cooperação, solidariedade e tolerância em um mundo cada vez mais ameaçado por confrontos armados, pandemias, crise climática e pobreza. “É a minha obra mais pessoal, quase não trata de economia. É uma tentativa de falar sobre filosofia, arte e cultura”.
Ele mesmo explica:
“Um tema recorrente no livro, bem presente em todas as suas partes, tanto nos aforismos como nas crônicas e nos contos, é a relação entre arte e realidade, entre memória e fabulação. Os não artistas pensam às vezes que é da natureza do artista imaginar, inventar, fantasiar. Não me parece que seja bem assim — o artista finca raízes na sua vivência e na dos outros. Se não o faz, dificilmente será bem-sucedido. Vive, sofre, observa a vida dos outros, sofre com eles e, a partir daí, elabora.
Os artistas sabem disso instintivamente e vampirizam a vida. Atracam-se aos acontecimentos, grandes e pequenos, sociais e individuais, felizes e infelizes. Selecionam, adornam, transfiguram, é verdade – mas nunca perdem o contato com a realidade.
“Isso me traz a um outro tema do livro que gostaria de retomar um pouco hoje – o papel do sofrimento tanto na vida como na arte. Na apresentação, escrevo que o livro é intensamente romântico. Em outras palavras, ele tem a sua origem no sofrimento. Sem querer subestimar a sensibilidade do leitor ou leitora, lembro que romantismo não é sinônimo e nem mesmo parente de sentimentalismo. O romantismo não é um passeio no parque; ao contrário, é uma forma problemática e até sinistra de sentir a vida e o mundo.”