Opinião: “Dezembro é confraternização ou mês oficial da falsidade?”
A suíço-ítalo-brasileira Carla Benchimol é bem franca com as efemérides

Penso exatamente como eu já disse: E assim, num piscar de olhos, o ano acabou. No susto. Susto foi o sentimento mais presente, além do medo.
Ano difícil, sofrido, com uma carga de energia negativa e pesada, inúmeras brigas e grandes perdas. Isso não sou só eu que digo. Sinto uma insatisfação geral. Pois é, dezembro é o mês da confraternização, amor, união, ou mês oficial da falsidade? Eu, pelo menos, sempre espero que essa data reúna e aproxime famílias que raramente se encontram e que muitos nós se desfaçam.
Mesmo que essa “paz” seja momentânea, já vale muito. Cada minuto bem vivido no meio do caos não tem preço. Então, nesse caso, viva a falsidade porque ela nos cerca diariamente. Não seria diferente no Natal. A única diferença é que, nessa época, devemos disfarçar e fingir normalidade. Não estou generalizando, apenas tentando ser um pouco tragicômica, mas lembrando que toda brincadeira tem um fundo de verdade….
E no final, estar às voltas com parentes, amigos, bichos que amamos é fundamental para a saúde mental, mas a realidade é que sempre seremos nós por nós mesmos.
E como sempre digo, o pensamento é livre; a palavra, não. Podemos pensar tudo, absolutamente tudo que quisermos, e ninguém pode nos impedir. Quanto às palavras, é para pensar dez vezes antes de falar, porque ela pode tanto emocionar, acariciar, iluminar, quanto machucar e ferir, o que pode fazer uma grande diferença. Faça do que você diz um belo presente de Natal.
Carla Benchimol é suíço-ítalo-brasileira, porém mais carioca do que todas. É formada em Administração de Empresas, curiosa, bem-humorada, estudiosa e persistente.