O que personagens da coluna disseram em 2024
As frases e opiniões de vários personagens da coluna em momentos marcantes do ano

27.01
Do escritor Silviano Santiago: “Nunca fico satisfeito com o que faço. Refaço, luto, me desavenho comigo, corrijo, e continuo insatisfeito”.
27.01
Do fotógrafo Sacha Rodrigues, neto de Nelson Rodrigues, sobre o roubo do busto do seu avô no São João Batista: “Fico pensando se o cara que levou o busto já teria assistido a alguma das suas peças. E, quem sabe, mesmo assim, a teria furtado? Ou talvez, por isso mesmo?”.
25.02
Da diretora Bia Lessa: “Defeito é não conseguir organizar minha vida, planejá-la, ter tempo para cuidar de mim como eu deveria. Exames periódicos, exercícios diários são um calo no meu pé. Bia Lessa
16.03
Do jornalista Renato Machado: “Se me pedirem um conselho, o segredo que eu confio, é aprender línguas. Esse é o primeiro passo. A língua é fundamental porque põe o cérebro para trabalhar. Como se fosse uma bombinha”.
17.03
Da endocrinologista Isabela Bussade: “O que mais me chama atenção no consultório hoje é a sobrecarga física e mental a que as pessoas estão sendo submetidas. Não existe mais idade: em todas as faixas etárias, a exigência por performance e a padronização da estética têm trazido angústia e sofrimento para muitos”.
23.03
Da chef paulistana Janaína Torres: “Tenho a paranoia de desconfiar da fidelidade masculina, de deparar novamente com a deslealdade e as traições da vida. Só o tempo pode dizer, mas eu acho que essa é a minha maior paranoia; na verdade, um gatilho” ( em 2022, Janaína descobriu a traição do marido, hoje ainda sócio, Jefferson Rueda).
10.05
Do biólogo Mario Moscatelli: “O que precisamos fazer é, na verdade, entrar em recuperação e fazermos o dever de casa: nas próximas eleições, buscar o que há de melhor na classe política antenada na nova realidade ambiental, exigindo dessa turma, a já eleita e a que será eleita, planos factíveis de prevenção contra as catástrofes que já estão em linha de produção para os próximos meses e anos”.
12.05
Da diretora Manuela Dias (“Vale Tudo”): “Eu não tenho fórmula para nada, não sei ‘como dá certo’. O que eu tenho é minha insegurança e sobretudo minha ansiedade criativa e comunicativa. Quero me comunicar, mas sempre podemos errar. É muito importante saber sempre que eu não sou a mina, apenas mais um garimpeiro nessa Serra Pelada das histórias”.
26.05
Do ator Silvero Pereira: “Eu fui uma criança viada. Não me lembro de rótulos, caixas ou definições. Foi uma época mágica, até castrarem a minha liberdade de viver os meus desejos de viver como eu sentia vontade, dos meus desejos de brincar de bola e de boneca, de carrinho e de elástico, de soltar raia e pular amarelinha”.
29.05
Da diretora de teatro Alessandra Colasanti: “Os teatros andam lotados — fenômeno mezzo pós-pandêmico, mezzo a outra face da moeda do avanço (irremediável?) da cultura virtual. Dizem que as pessoas querem estar juntas, fisicamente debaixo do mesmo teto, sentindo a flor da vida na própria carne”.
10.06
Do psiquiatra Arnaldo Chuster: “Como ser feliz, por exemplo, diante de fatos como o da notícia de que uma pessoa usou um idoso morto, numa cadeira de rodas, para ir ao banco cometer fraude e furto? Certamente que esse fato — como tantos outros, que não param de acontecer todos os dias — atesta a miséria e a infelicidade humana”.
20.06
Do Advogado José Roberto de Castro Neves: “Já é hora de falarmos de política sem ódios e sem preconceitos. Todo cidadão deve se ocupar de assuntos públicos, seja com sua militância, com suas opiniões, com seu voto ou com outra atividade que exerça em prol do bem comum”.
30.06
Da escritora Rosiska Darcy: “Minha frustração é não ter sido surfista, nunca ter deslizado sobre as cristas das ondas do mar dessa loucura. Se nascesse de novo, iria correndo comprar uma prancha e ligar pra filha do Gabeira (Maya, surfista de ondas grandes)”.
21.07
Da historiadora Lilia Schwarcz: “Tive na família pessoas próximas que bebiam demais; talvez por isso, bebi de menos”
28.07
Do empresário Boni de Oliveira: “Desprazer é gente pretensiosa, gente mentirosa, gente que não sabe ouvir. Tenho implicância com atrasos em reuniões. Tenho horror de ficar em salas de espera. Não gosto que amigos e convidados atrasem em restaurantes. Não tenho paciência com quem despreza o tempo e não cumpre compromissos”.
17.08
Do cineasta Estevão Ciavatta: “Sou amigo de indígenas evangélicos, surfistas reacionários, analfabetos geniais, maconheiros responsáveis, malandros sensatos, policiais macumbeiros… E a lista não para por aí. A sobreposição de qualidades neste país deixa qualquer um louco, sem chão, menos aqueles que amam a vida como ela é. Difícil, mas esplendorosa!”.
15.09
Da atriz Paula Burlamaqui: “Tenho vários defeitos. Sou muito vaidosa, e isso atrapalha. Já fiz várias intervenções, lipoaspiração, botox, faço tudo. Todo mundo faz e ninguém fala. Vejo as atrizes todas esticadas e nunca ninguém “fez nada”… É a coisa mais louca do planeta. Acho que sofro mais com o envelhecimento por causa dessa minha vaidade”.
08.10
Do produtor musical Nelson Motta: “Síndrome de abstinência, quando parei de cheirar cocaína, em 1983, depois de sete anos de ‘cafunguelê’ crônico. A síndrome é dura, mas passa. Tomei horror para sempre. É a droga do diabo, como diz Paulo Coelho. Faz mal pro corpo, pra mente e para a sociedade”.
19.10
Da artista plástica carioca Cristina Canale: “Apesar de eu ser carioca, o Rio sempre pode me surpreender, quando não só pela beleza e pelas esquinas caóticas, mas também por produzir uma cena cultural original, híbrida e verdadeira, capaz de conjugar a melhor da erudição brasileira com a vibrante cena popular.
20.10
Do arquiteto Washington Fajardo: “O Rio é uma aula de bom urbanismo a cada segundo. Como capital, tudo era feito com muita reflexão e esmero. E muito foi feito! O fato de ter havido pensamento e design nunca impediu o Rio de se transformar. Tudo da beleza do Rio é inventado, projetado e construído com muita atenção aos detalhes e à durabilidade. Lista enorme: do Jardim Botânico ao Parque do Flamengo, do bondinho ao Cristo, da duplicação da Av. Atlântica ao Centro do Rio. O Rio ensinou ao Brasil o que era bom urbanismo”.
25.10
Da psicóloga Jacqueline Resch: “Gentileza, educação e solidariedade perderam espaço; estão fora de moda. Consomem tempo. Estamos ficando invisíveis uns para os outros. Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir”.
08.12
Da artista plástica Rose Klabin: “É natural que a gastronomia tenha mais vitrine. Você até pode viver sem pintar, sem se manifestar criativamente, digamos assim, mas não pode viver sem comer.”