Jornalista Luiz Nascimento, o Luizinho, lança “Grito da Ipiranga”
A história de um grupo de amigos unidos na ditadura militar numa casa da Rua Ipiranga, em Laranjeiras








O jornalista Luiz Nascimento, o Luizinho, lançou “Grito da Ipiranga: meio século de amizades, resistência e luta numa vila carioca”, nessa quinta (24/04), na Travessa de Ipanema. A fila (de horas), num vaivém enorme, fazia qualquer um pensar que o autor mantém os amigos de todos os lugares onde trabalhou: “Diário de Notícias”, “O Fluminense”, Folha de SP” e “Jornal do Brasil”, até, por fim, dedicar-se à Literatura — ele é também autor de “Destinos marcados” (Chiado), contos, lançado há dois anos. Foi ainda diretor do “Fantástico” entre 1993 e 2017 — principalmente, ali, fez amizades eternas. Desde então, foi morar em Portugal, com a mulher, Eugênia Moreyra, jornalista como ele. Parte do tempo na Europa foi dedicado ao livro.
É a história de um grupo de amigos unidos na ditadura militar. Durante o período, a casa onde o grupo se reunia foi transformada em um ponto de resistência política, abrigando militantes e personagens importantes do Partido Comunista, como Maria Augusta Tibiriçá Miranda e o professor Henrique Miranda com seus quatro filhos: Aloisio, Carlos Henrique, Alice e Alberto. O título do livro vem daí, já que o endereço ficava numa pequena vila na Laranjeiras dos anos 1960, na casa 4 de um conjunto de seis, na Rua Ipiranga.
E tudo recomeçou quando Carlos Henrique (filho do professor) criou um grupo de WhatsApp em 2015, chamado de “Incrível Exército de Brancaleone”, inspirado no filme “L’Armata Brancaleone”, de 1966, dirigido por Mario Monicelli. As conversas e videochamadas virtuais cresceram, e os amigos começaram a relembrar os anos do passado, o que virou uma razão para não deixar pra trás parte importante da vida deles e do país.