Jardim de Alah: novo capítulo dessa novela sem fim
Ruído de comunicação entre moradores e Prefeitura?

Laura di Blasi, presidente do IRPH (Instituto Rio Patrimônio da Humanidade) da Prefeitura, pediu ao Consórcio Rio + Verde, à frente das obras do Jardim de Alah, para colocar tapumes protegendo esculturas e mobiliários do parque.
“Pedimos execução, em caráter de urgência, a proteção com tapumes do conjunto escultórico e demais elementos construtivos/mobiliários, considerados característicos do Jardim de Alah e definidos para serem restaurados, a fim de evitar maiores danos devido à aglomeração dos blocos durante o período de
carnaval”, diz o texto do ofício.
A Rio + Verde acatou imediatamente, mas integrantes da Associação de Moradores e Defensores do Jardim de Alah (AMDJA) têm reclamado, acreditando que se trata de um descumprimento de ordem do Tribunal de Justiça do Rio, na última semana, que proibiu a instalação de tapumes de proteção. “Os tapumes devem ser retirados não apenas porque a obra está embargada, mas também pelo direito da população, que perdeu acesso a um bem público de uso comum do povo, de livre acesso a qualquer cidadão”, disse Leonardo Amarante, advogado da AMDJA.
Perguntado pela suposta falta de comunicação, o escritório do advogado respondeu que “o acesso às informações é difícil e, por isso, a Associação não tinha sido informada do motivo”.
Os moradores também estão combinando uma manifestação neste sábado (22/02), às 9h30, para pedir que mantenham as 130 árvores que serão cortadas.
No entanto, o Rio+Verde teve autorização para retirada e listou vários motivos, como doença e inadequação de espécies exóticas, cujas raízes destroem a infraestrutura pública e impedem a acessibilidade das calçadas. “O número equivale a apenas 17,8% das árvores existentes no parque. Esse número sempre foi transparente e comunicado em todas as apresentações e audiências públicas. No entanto, isso não significa que o novo Jardim de Alah será menos arborizado. Serão plantadas cerca de 300 novas árvores no novo parque — um incremento de 41%! —, além da compensação ambiental obrigatória de plantio de mais de 1.300 árvores em locais a serem definidos pela Secretaria de Meio Ambiente. A remoção será feita paulatinamente, apenas depois do início das obras, quando liberadas pela Justiça”, diz o texto do comunicado do consórcio.

Vídeo divulgado nesta sexta (21/02), sobre as preocupações ambientais: