“Insignificância” nos palcos: um encontro que nunca aconteceu
Marilyn Monroe, Albert Einstein, Joe DiMaggio e Joseph McCarthy se encontram num hotel de NY no auge da Guerra Fria (1953)













A temporada de teatro carioca não decepciona. Nesse fim de semana, várias estreias, entre elas “Insignificância”, de um encontro histórico que nunca aconteceu, no Teatro Adolpho Bloch, na Glória.
Nova York, 1953, Guerra Fria no auge. Quatro lendas se cruzam em um hotel: Marilyn Monroe, o símbolo máximo da fama; Albert Einstein, o gênio que mudou o mundo; Joe DiMaggio, o ídolo do esporte; Joseph McCarthy, o senador que aterrorizou os EUA com sua caça às bruxas. O que teriam a dizer uns aos outros? E o que isso revela sobre a fama, o poder e a eterna busca por relevância?
A peça, com direção de Victor Garcia Peralta, tradução de Gregório Duvivier e produção de Rodrigo Velloni, é uma viagem no tempo, que fala com os dias de hoje. Marilyn seria uma influencer? McCarthy, um político viral? E Einstein provavelmente estaria tentando salvar o mundo novamente.
A plateia fica hipnotizada pelo quarteto de atores; a maioria sai dali meio atônita: Cassio Scapin é Einstein, em caracterização a que todos conseguem identificar, mas uma técnica que em nada relembra o gênio da física cheio de caras e bocas; McCarthy, é interpretado por Norival Rizzo; Marilyn é Amanda Acosta, que, em sua entrada, refaz a cena de um filme em que sua saia é levantada pela ventilação do metrô (de óbvio, só o figurino); e DiMaggio é Marcos Veras, associado às comédias, está em cena mais, digamos, econômico.
A peça traz uma reflexão sobre como as celebridades lidam com a fama: ou com rejeição, aceitação, ou com decepção pela perda de status.
Todos curiosos com a equipe criativa: figurinos de Fábio Namatame e visagismo de Claudinei Hidalgo. O espetáculo fica em cartaz até 6 de abril; depois entra em turnê pelo país.