Iemanjá: oferendas nada biodegradáveis para a Rainha do Mar
Iemanjá está tentando lidar com os presentes lançados nos mares do país, principalmente Salvador e Rio

Iemanjá está lidando nesta segunda (03/02) com os presentes nada biodegradáveis que foram lançados no mar, tanto no Arpoador (muito menos), quanto no Rio Vermelho, em Salvador, e também no resto do país. A imagem é de uma oferenda feita na cidade soteropolitana, na comemoração que leva entre 700 a 800 mil pessoas ao mar, em seu 103º ano. No barquinho, o admirador levou cigarros, bolo, sabonete aroma “alma de flores”, um kit de shampoo e condicionador “Crespo divino”, da Skala, lata de refrigerante e cerveja, além de espumante e vinho, fora outros itens que a câmera não pegou.
Ele pegou todas as orientações pra um 2 de fevereiro saudável e sustentável que a maioria dos terreiros sérios e de tradição estão se adequando e fez completamente o contrário.
Com o alto fluxo de pessoas nos arredores da casa de Iemanjá, é difícil fiscalizar os barcos de todo mundo. No Arpoador é bem mais fácil, com as campanhas e os pedidos dos organizadores e terreiros e com mais ou menos 30 mil pessoas.
Até por isso, surgiu um movimento em Salvador de pescadores e voluntários para a limpeza antes, durante e depois da festa. “Retiramos o que conseguimos; são muitas oferendas. Se as águas ficam sujas, os animais morrem, e daí causa prejuízo para nós, os pescadores”, diz Antônio Santana Pereira, pescador com mais de 50 anos de profissão, conhecido na região como Rasta.
Ele coordena o mergulho em apneia desde 2023, com outros pescadores, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema), para retirar objetos não degradáveis do mar.
Entre os descartes, pano, plástico, garrafas de cerveja, frascos de alfazema, espelhos, brincos, esmaltes e sabonetes.