Homenagem em memória de Stuart Angel, morto pela ditadura militar, na UFRJ
Homenagem aos 54 anos da morte de Stuart Edgar Angel Jones, duramente torturado e assassinado pela ditadura militar na base aérea do Galeão






Amigos da jornalista Hildegard Angel, muitos que viveram a ditadura militar, estiveram no Centro Acadêmico Stuart Angel, da UFRJ, na Urca, nessa quarta (14/05), para o aniversário da morte de Stuart Edgar Angel Jones, duramente torturado e assassinado na base aérea do Galeão, em 14 de maio de 1971. “Meu irmão nasceu em São Salvador, na Bahia, e cresceu no Rio rodeado pela vivacidade, ternura e pelo pioneirismo de nossa mãe, Zuzu Angel. Na juventude, fez Economia na UFRJ. Numa hora de inconformidade da juventude brasileira com os rumos do país, capturado por uma ditadura militar, Stuart, o Tute, começou sua militância política e foi um dos dirigentes nas operações de um grupo, que se tornou alvo da repressão feroz. Foi torturado de forma perversa para que revelasse a localização dos companheiros Carlos Alberto Muniz e Carlos Lamarca. Ele não o fez e, como consequência, foi assassinado nos porões da ditadura”, conta Hilde.
O corpo de Stuart nunca foi entregue à família. Depois do desaparecimento, sua mãe, Zuzu Angel, começou uma busca admirável pelo filho e liderou uma campanha internacional de denúncia dos crimes da ditadura.
Todos usavam uma camiseta vermelha com a foto de Stuart, impressas por Hilde, ao lado do busto do militante esculpido em bronze. “Foi mais um momento de memória e comprometimento para que jamais sejam esquecidas a luta e a bravura dos jovens, como Tute e tantos outros mortos e desaparecidos. Aqueles que se comprometeram com a causa de um país livre das garras ditatoriais, que massacravam vidas, sonhos e a proposta de um Brasil livre e soberano. Que não se repitam o autoritarismo, o fascismo, o arbítrio, a repressão truculenta, a censura, as mortes. O Brasil merece!”, escreveu Hilde nas redes.