Goldenberg: diferença entre “velhofobia”, “velheuforia e “velhautonomia”?
A antropóloga criou uma espécie de dicionário para decifrar como cada geração enfrenta a passagem do tempo

Observadora perspicaz do comportamento, principalmente das mulheres, a antropóloga Mirian Goldenberg criou uma espécie de dicionário para decifrar como cada geração enfrenta a passagem do tempo. Aos 40 anos, o medo de envelhecer prevalece, em uma relação que ela chama de “velhofobia”; aos 50, quando as amizades ganham foco central, chega a “velheuforia”. Já a partir dos 60, essa relação muda, e a pressão que a mulher sente de todos os lados aumenta. E o efeito é libertador: a opinião alheia passa a ter menos importância, e a sua própria é a que prevalece, no que Mirian chama de “velhautonomia”.
“Envelhecer impõe uma perda de capital, mas quem enfrenta as mudanças com coragem dita a maneira como quer viver essa fase”, diz Mirian, que escreveu, entre muitos outros títulos, de “A Arte de Gozar — Amor, Sexo e Tesão na Maturidade” e do recém-lançado “Memórias de uma Antropóloga Malcomportada” (Ed. Record), livro autobiográfico.
As pesquisas da autora estão conectadas à sua própria experiência com temas, por exemplo, sexo, infidelidade, envelhecimento e amizade, tratados com clareza.
Com Paula Neiva