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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Glória Perez: “Desprazer é trabalhar com gente que joga contra”

Quando a história é boa, ninguém passa ileso por uma novela

Por lu.lacerda
18 Maio 2025, 07h00
Silvio Tanaka
 (Silvio Tanaka/Reprodução)
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Quando a história é boa, ninguém passa ileso por uma novela e, embora o ritmo tenha mudado, existem personagens e enredos tão marcantes que atravessam gerações. É o caso das tramas de Glória Perez — ou alguém aí nunca ouviu “inshalá”, “arder no mármore do inferno”,  “não é brinquedo não”?

Suas histórias sempre trazem uma crítica social. Em abril, Glória anunciou o encerramento de contrato fixo com a TV Globo. À coluna, disse: “Estou felicíssima! Foi tudo feito da maneira mais cordial possível e bom pra todo mundo”. Perguntada sobre planos, Glória diz: “Neste primeiro semestre, investir em mim. Recuperar a mão direita, que anda avariada, e encarar a cirurgia da catarata para me livrar dos óculos. Resolvido isso, investir no profissional, conversar com as muitas portas que estão se abrindo pra mim”.

Leia sua entrevista:

UMA LOUCURA: Fiz muitas, mas fazendo o inventário aqui, acho que a pior foi num parque de diversões, quando aceitei o desafio de entrar num brinquedo insano, o rotor (grande cilindro que gira em torno de seu eixo vertical central e desafia a gravidade). Só de lembrar, fico tonta de novo. A melhor, a que gosto de lembrar, foi quando Janete Clair (1925-1983) me perguntou se eu sabia fazer novelas. Nunca tinha feito mais do que um capítulo (que ninguém leu) para tentar emplacar no seriado “Malu Mulher”. Sabia que nunca mais uma Janete Clair me faria a pergunta outra vez e respondi com firmeza: eu sei. Divorciada e com três filhos, larguei o emprego e fui, com a cara e a coragem, apostar em mim.

UMA ROUBADA: Acampamento: nos tempos de estudante, fui a um para nunca mais.

UMA IDEIA FIXA: Fixa, fixa, não tenho, não. Nesse terreno, sou muito inquieta. Brinco que nunca seria um fantasma obsessor: exatamente por falta de paciência pra me fixar numa ideia.

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UM PORRE: Me faltou essa experiência; não gosto de álcool. Um gole para brindar, um cálice de Porto em noite fria, e é tudo.

UMA FRUSTRAÇÃO: Não saber cantar. Sou aquela pessoa que sabe todas as letras, mas não consegue entoar nenhuma.

UM APAGÃO: O último foi em 2014, quando recebi o diagnóstico de câncer no meio de uma novela (“Caminho das Índias”). Atordoei. Devia entregar o projeto? Quanto tempo teria? O médico (Daniel Tabak) me convenceu a não entregar: seria importante, durante a químio, mirar num projeto futuro e, no meu caso, esse projeto seria levar a novela até o fim. Encarei o desafio, continuei a escrever durante as sessões de químio, e deu tudo certo: a novela acabou ganhando um Emmy.

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UMA SÍNDROME: Nas que eu conheço, não me encaixo, não…

UM MEDO: Barata. É mais do que medo, é pânico. Não posso ver nem em fotografia. Um livro que tentei ler em várias idades e nunca consegui passar da segunda página: “Metamorfose”, de Kafka. A esse ponto.

UM DEFEITO: Tenho muitos, mas o que mais me incomoda é a distração na vida cotidiana: não consigo esconder nada, tudo o que escondo nunca mais encontro. Troco datas, já cheguei para festas um dia antes ou um dia depois. Dependo totalmente de uma agenda para não me atrapalhar. Toda a minha capacidade de concentração está fixada no trabalho.

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UM DESPRAZER: Desprazer é trabalhar com gente que joga contra.
 
UM INSUCESSO: Apostas que dão errado? Não me prendo a elas, não; são úteis para me impulsionar a outros caminhos.

UM IMPULSO: Camelôs, daqueles que vendem muitas inutilidades. Não consigo passar por um sem parar para ver e me encantar com os brinquedinhos mais bobos.

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