Flor: “Ela junta várias vantagens”, diz Gil sobre o trabalho da neta
Desde muito garotinha ela está com a família nos palcos, mas segundo Leonardo Lichote, “surge com identidade própria"
































De uma família artística, Flor Gil, 16, juntou todo mundo para o lançamento do seu álbum de estreia “Cinema Love”, no estúdio Visom, em São Conrado, nessa quarta (16/04).
Logo na chegada, os convidados, amigos dela, dos avós Flora e Gilberto Gil, da mãe Bela Gil, do pai JP Demasi, da tia Preta Gil e outros — recebiam um “kit” com almofada, pote de pipoca e um copo, como se fosse realmente uma sala de cinema para “assistir” a Flor, segundo o jornalista Leonardo Lichote, “em um trabalho com releitura de ‘Moon river’ (a lua, inclusive, estava linda e brilhante), duetos com convidados e composições em que ela imprime a personalidade, numa sonoridade que cruza eletrônico e orgânico, invenção e elegância”.
Flor recebia no jardim e explicava sobre seu processo de criação, mostrado em três estúdios, um deles só com áudio e os outros dois com clipes no telão.
Desde muito garotinha ela está com a família nos palcos (participa das turnês de Gil há sete anos) e estúdios (como nas três canções que gravou com o avô em 2020), mas, nas palavras de Lichote, “surge com identidade própria, marcadamente independente da música do avô. Um movimento que também sinaliza o processo de amadurecimento e busca pelo entendimento de si”.
Ela começou o disco em 2023, quando se mudou para Nova York: “Inicialmente, eu estava compondo e criando coisas que procuravam ir na direção do que eu acreditava que as pessoas iriam querer ouvir da neta do Gilberto Gil. Mas nem eu estava percebendo isso. Tinha muita coisa linda, mas não se sustentou em mim, como algo meu. ‘Cinema love’ ainda tem muitos elementos que vêm de inspirações do meu avô, das raízes da minha família. Mas também tem eu querendo experimentar, aprender sobre o meu alcance, até onde eu posso me expandir. Acredito que o disco vai surpreender”, disse ela.
O avô comentou pausadamente: “Ela é uma neta bonita, talentosa, trabalhadora… Ela junta várias vantagens… Ela nasceu e cresceu num ambiente de música, de arte, de expressividade… Fico contente com a autoidentificação do talento logo muito cedo”.
“Muita emoção ter uma filha lançando um disco aos 16 anos. Minha filha cresceu! Estou muito orgulhosa porque é um disco muito ela, com a cara dela, que expressa a coragem, talento e autenticidade, que talvez seja uma das coisas mais lindas que o ser humano pode ter, sem medo de ser feliz com aquilo que sabe fazer e gosta. Estou aqui como mãe coruja, muito emocionada”, disse Bela.
Um dos duetos é Vitão, em “Saudade”, que estava por lá: “Minha ficha só vai cair, provavelmente, daqui a uns muitos anos de que conseguimos musicar essa letra de vovô, do Seu Gil, porque isso é muito doido. É muito honroso pra mim”.
Teve parabéns com três bolos, um para a estreia de Flor, outro para o aniversário do pai, JP (cai nesta quinta, 17/04) e outro para a namorada, a estudante americana Nikita Chikita (no dia 14/04), que mora em NYC e com quem está há pouco mais de um ano.
“Cinema love” foi gravado nos estúdios Ponto Zurca (na cidade portuguesa de Almada) e 304 (no Rio). Flor faz duetos com os convidados Carol Biazin, Maro e Vitão — os dois últimos também tocam violão em suas participações.