“Finca-pé: estórias da terra”, do artista brasiliense Antonio Obá, no CCBB
Obá e Fabiana Lopes (curadora da mostra) fizeram uma visita guiada com grande parte da produção ainda inédita no país

















Passado o carnaval, o povo das artes retoma o protagonismo carioca (rsrsrsrsrsrs); por exemplo, nessa terça (11/03), a abertura da mostra “Finca-pé: estórias da terra”, do artista brasiliense Antonio Obá (pseudônimo que significa rei, em iorubá), no CCBB.
Obá e Fabiana Lopes (curadora da mostra) fizeram uma visita guiada pelos desenhos, pintura, filme performance e instalação, com grande parte da produção ainda inédita no país. “A mostra partiu de um indício relacionado com o estar na terra. E quando eu falo estar na terra, é esse locus geográfico mesmo, o Cerrado, esse sertão de onde eu sou, até o potencial estético que reverbera nos meus trabalhos e pesquisas”, diz ele, que foi descoberto por professores de um colégio em Ceilândia, subúrbio de Brasília, que o encaminharam para a Sala de Recursos Multifuncionais, pelo dom notável para o desenho, quando tinha 16 anos.
São mais de 50 obras, divididas por galerias no CCBB, sendo a primeira mais intimista, com desenhos produzidos em grafite, giz de cera, extrato de noz, bico de pena e nanquim dourado. No mesmo espaço, cadernos de estudos com anotações, esboços e o processo do artista. Na segunda, a série “Crianças de coral – nigredo/coivara” (2024-2025), com 12 retratos de crianças em carvão sobre tela, e ainda “Ka’a porá” (2024), uma das obras centrais, uma instalação de 24 esculturas de pés em bronze adornados com galhos, mostrando a conexão de Obá com sua terra natal e em referência à grandiosidade das árvores que passam por fases de floração, frutificação, estiagem e seca, marcações temporais características do Cerrado.