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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Especialista em leitura corporal analisa o “tapa” em Emmanuel Macron

Pra você, foi apenas uma brincadeira entre casal ou realmente um ato depois de uma discussão?

Por lu.lacerda
Atualizado em 27 Maio 2025, 13h02 - Publicado em 27 Maio 2025, 12h00
A expressão de Macron logo depois e os punhos fechados
A expressão de Macron logo depois e os punhos fechados  (Reprodução/Divulgação)
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Jesús Enrique Rosas, autor do livro “100+ Body Language Tips” (“Mais de 100 dicas sobre linguagem corporal”), fez uma análise do “tapa” que Brigitte Macron deu no marido, o presidente francês Emmanuel Macron ao sair de um avião no Vietnã.

Embora ele negue que tenha levado um “tapa”, chamando a ampla repercussão do episódio de “bobagem”, vídeos e imagens rodaram o mundo e foi o principal assunto da segunda (26/05), nas redes e em sites internacionais.

Jesús, especialista em linguagem corporal, que mantém o canal “The Body Language Guy” no YouTube desde 2020, avaliou cada fração da cena e também a entrevista dada pelo francês depois do “incidente”:

Em quatro imagens, as explicações de Jesús
Em quatro imagens, as explicações sobre a leitura corporal feita por Jesús (Reprodução/Internet)

– o casal estava chegando ao Vietnã, quando as câmeras capturaram essa interação. Mas foi um gesto agressivo real ou algo mais?;

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– uma fração de segundo antes do “empurrão”, vimos que Macron não esperava o gesto, já que seu corpo estava relaxado e tinha uma expressão neutra, e sua mão/punho esquerdo também estavam relaxados;

– as duas etapas do “empurrãozinho”, porque a princípio pensei que fosse um tapa, mas, na verdade, Brigitte usou as duas mãos para empurrar a cabeça de Macron para trás. No auge do gesto, Macron percebe que todos ali presentes acabaram de testemunhar o incidente;

– ele se assusta e tenta fingir que está tranquilo, cumprimentando a “plateia”. Percebi que fez um gesto desnecessário de “âncora”, colocando a mão esquerda no assento à sua esquerda. Isso é algo que fazemos sob estresse (tocar na parede, em uma cadeira, em algo), sem realmente nos inclinarmos ou usarmos isso como apoio. É óbvio que ele se assustou;

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cenas
As próximas cenas (Reprodução/Internet)

– eles não saem do avião imediatamente; ele leva um minuto para se recompor. Ao sair, Macron apertou a mão do rapaz que os esperava e usou um aperto de mão dominante. Talvez ele quisesse se sentir “dominante”, de uma forma ou de outra, depois daquele empurrão. Melhor isso do que empurrar a Brigitte escada abaixo – eu acho. Podemos ver um gesto apaziguador de tocar seu nariz. Quando finalmente estão descendo as escadas, ele oferece o braço a Brigitte, mas ela o ignora. Macron ainda mantém o braço dobrado por mais alguns passos até finalmente desistir;

– depois de todos os cumprimentos, temos essa foto. A mão esquerda de Macron está fechada com os nós dos dedos brancos, um sinal comum de raiva disfarçada. Seu rosto também está extremamente sério: aquela testa franzida não faz parte de sua linguagem corporal habitual. Ele tem uma cabeça quadrada, mas o maxilar parece mais largo do que o normal. Com aqueles lábios pressionando, meu palpite é que ele estava cerrando o maxilar, e os músculos do maxilar estavam salientes por causa da pressão;

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– para lidar com a óbvia agressão física vista por milhões de pessoas, Macron recorreu a um velho truque de comunicação de crise: reformular o evento como “desinformação”. Para isso, ele fez questão de mencionar brevemente as campanhas de “desinformação e fake news” contra ele nas últimas semanas;

A expressão de Macron logo depois e os punhos fechados
A expressão de Macron logo depois e os punhos fechados (Reprodução/Divulgação)

– ele afirma que ele e Brigitte estavam apenas “brincando”, embora ele use gestos enérgicos (punhos fechados) para descrever o evento. O que notei é que ele não piscou por mais de 18 segundos, sinal de que  está esperando ansiosamente que o jornalista acreditasse nele. Você pode se perguntar: “Ele não deveria estar piscando rápido porque estava nervoso?”. Talvez ele não estivesse nervoso porque preparou sua resposta com antecedência (provavelmente, e também a reformulação com as outras campanhas de “desinformação”). Então, o que acontece é algo bastante comum: piscamos menos quando nosso cérebro está acelerado, esperando que a outra parte caia na nossa isca ou acredite em nossas palavras. A “espera” é enfatizada por aquele silêncio desconfortável; finalmente, ele se afasta do jornalista. Ele não parece indiferente, mas sim desconfortável.

 

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