Economista analisa: parcelamento é solução ou endividamento?
Cartões de crédito podem ser um dos maiores vilões da organização financeira

O parcelamento no cartão de crédito é amplamente utilizado devido à praticidade e à possibilidade de adquirir bens de alto valor sem comprometer imediatamente o orçamento. Contudo, ele pode ser um dos maiores vilões da organização financeira. Isso porque as pequenas parcelas mensais podem dar a sensação de que o orçamento está sob controle, mas, na prática, essa estratégia pode gerar um efeito bola de neve no endividamento.
A verdade é que, ao dividir as compras no cartão, normalmente não se levam em conta as outras parcelas já assumidas. No fim, isso acaba comprometendo uma fatia maior do que o esperado da renda mensal de uma pessoa.
Quando percebe, uma parte significativa da renda já está comprometida só para pagar essas prestações, restando pouco para as despesas essenciais. Além disso, nos casos em que o parcelamento possui juros, ainda torna o custo final muito maior do que o valor original à vista.
A armadilha do parcelamento está no impacto psicológico das parcelas: ao diluir o pagamento ao longo dos meses, a sensação de gasto imediato se reduz, incentivando novas compras. O problema surge quando as parcelas se acumulam, limitando o espaço no orçamento e dificultando a conquista de objetivos maiores, como poupar para um investimento ou uma viagem.
Quer evitar isso? O segredo é simples: pense bem antes de parcelar! Pergunte-se: essa compra é realmente necessária? É possível esperar e juntar dinheiro para comprar à vista e evitar dividir o valor?
Pequenas mudanças de hábito, como manter um controle das receitas e das despesas e analisar para onde estão indo os recursos, ajudam a manter as finanças equilibradas e evitam surpresas desagradáveis.
Antes de parcelar, pergunte-se: isso cabe no meu orçamento a longo prazo, ou só parece viável no momento? Lembre-se de que o consumo consciente passa por avaliar não apenas se podemos pagar a parcela hoje, mas também se essa decisão não comprometerá nossas finanças no futuro. A liberdade financeira começa quando conseguimos controlar nossos gastos, e não quando estamos presos a inúmeras prestações.
