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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Crônica, por Eduardo Affonso: Sem espóiler! (contém espóileres)

Só há uma coisa pior que alguém que dá espóiler de filme. É quem diz: – Não vou dar espóiler, mas o final é surpreendente

Por lu.lacerda
23 fev 2025, 07h00
affonso
 (IA/Divulgação)
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Só há uma coisa pior que alguém que dá espóiler de filme. É quem diz:

– Não vou dar espóiler, mas o final é surpreendente.

Pronto, acabou com a surpresa da surpresa no final. Vou passar o filme inteiro esperando algo que me surpreenda O que, convenhamos, acaba com qualquer possibilidade de eu ser surpreendido.

Se for um filme de suspense, não vou aceitar menos do que o assassino ser a vítima e a vítima ser o assassino.

Ou que não haja assassino nem vítima, e tudo tenha sido um delírio do cachorro que aparece fazendo xixi no poste, num livro que um figurante folheia numa cena de dez segundos, nos créditos de abertura.

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Por isso preciso ver “Conclave”, o quanto antes. Não para evitar que algum desavisado e sem noção me conte o final, mas para que eu pare de inventar finais para um filme que ainda nem comecei a ver.

Sabendo que o desfecho será inesperado, começo a esperar qualquer coisa. E há o sério risco de o inesperado ficar muito aquém do que andei esperando.

Imagino o cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) arrancando a máscara e revelando ao mundo que ele é Ethan Hunt, personagem de Tom Cruise em “Missão impossível”. Aí a câmera se afasta e vemos que aquilo tudo era uma peça de teatro, como em “O discreto charme da burguesia” – mas Hunt/Fiennes está morto desde o início, como em “O sexto sentido”.

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(Pronto, já dei, sem querer, espóileres dos filmes do Buñuel e do Shyamalan. Foi mal.)

Dizer que há um final surpreendente é te avisar que vão fazer uma festa surpresa. Perguntar como você quer o chá de revelação, e você ainda nem sabia o resultado do teste de gravidez. A pessoa te mandar nudes antes que você comece a desejá-la. E isso não se faz.

Esta semana, sem falta, vejo “Conclave”. Atento a todas as possibilidades de virada de roteiro.

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Talvez o papa que morreu e o novo papa sejam a mesma pessoa, como em “Clube da luta”.

Ou o papa já estivesse morto há muitos anos, sendo mantido no porão, numa cadeira de balanço, como a mãe de Norman Bates, em “Psicose”.

Ou o cardeal Lawrence seja filho do finado papa (“Eu sou seu papa”, teria dito o pontífice, antes de abotoar a batina), como em “Star Wars”.

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(Caramba, acabei dando mais espóileres!)

Ok, vou ver o filme hoje mesmo. Antes que – deus ex-machina! – uma escola de samba invada a Capela Sistina, o mestre-sala jogue purpurina no fogareiro, fazendo com que a fumaça não saia preta nem branca, mas verde e rosa – e o novo bispo de Roma seja o Paulinho da Viola, que é portelense.

(Se o final surpreendente for menos que isso, eu quero meu ingresso de volta.)

Eduardo
(arquivo pessoal/Arquivo pessoal)
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