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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Como foi a passagem do Papa pelo Municipal, em 2013, por Lu Lacerda

Um verdadeiro mar de policiais tomava as ruas ao redor do teatro

Por lu.lacerda
Atualizado em 21 abr 2025, 13h54 - Publicado em 21 abr 2025, 12h00
papa
Papa Francisco usa um cocar em encontro com indígenas no Theatro Municipal, em 2013 (Youtube/Reprodução)
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O cardeal Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, em encontro com o Papa Francisco em 2013, no palco do Municipal
O cardeal Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio, em encontro com o Papa Francisco em 2013, no palco do Municipal (Arquidiocese do Rio/Divulgação)
Um dos balcões do Municipal com integrantes dos povos indígenas, em 2013
Um dos balcões do Municipal com integrantes dos povos indígenas, em 2013 (Arquidiocese do Rio/Divulgação)

Um Theatro Municipal lotado recebeu o Papa Francisco neste sábado (27/07). Antes da entrada dos convidados, um verdadeiro mar de policiais tomava as ruas ao redor do teatro: aqueles homens armados sempre passam uma sensação, digamos, aflitiva, principalmente depois dos protestos; mas, ao ouvir os primeiros acordes da Orquestra do Municipal, todo mundo ali ficava com o espírito desarmado. Antes do meio-dia, entra o Papa, aplaudido de pé por alguns minutos. Falou com a mesma doçura habitual e com o mesmo afeto no olhar. Parecia emocionado com a história do jovem Walmyr Júnior, ex-drogado, que contou a sua vida.

A certa altura, disse: “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber. Quando os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, a minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo.” Estaria falando de quê? Das manifestações de rua no Brasil, é óbvio!

Ao fim do discurso, alguns personagens foram cumprimentá-lo. Ele recebia a todos com um abraço sincero, longo e sem aqueles tapinhas nas costas dados principalmente pelos políticos, por exemplo. Ali no palco, desfilaram de índios a pais de santos. No momento indígena, um zunzunzum espalhou-se entre alguns, que preferiam que Francisco não experimentasse o cocar – existem rumores de que não traz boa sorte. Não teve jeito: o pataxó Ubiraí (da Coroa Vermelha, em Porto Seguro, na Bahia) colocou o presente na cabeça do grande visitante, enquanto afirmava, ao contrário do que se pensa, ser um amuleto de proteção. Francisco, que certamente desconhece as superstições locais, recebeu o amuleto de coração aberto. Antes disso, um representante do Candomblé, o babalorixá Ivani dos Santos, vestido a rigor, beijou as mãos do Pontífice, segundo ele, pela primeira vez na história. Uma cena muito bonita foi que, depois do discurso, o pontífice foi abraçado por diversas crianças que estavam sentadas no palco (como mostra a foto) – ele não sabia, foi surpreendido!

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Com a superlotação do teatro, com uma plateia que ia do cirurgião plástico Ivo Pitanguy ao ex-ministro Marcílio Marques Moreira, via-se uma frisa, bem próxima ao palco, completamente vazia. Perguntado ao atento fiscal à porta de quem seria o privilegiado espaço sem uso, ele explicava ser da “Presidência da Alerj”; em seguida, disse a outra jornalista ser do Governo do Estado. Nesse momento, com a porta de entrada do Municipal fechada há alguns minutos, ou seja, não tinha como alguém chegar mais ali (e nem teria como chegar de helicóptero), explicou num ar definitivo: “Era para políticos, ora”. Para alguém, certamente era. Mesmo com senhoras em cadeiras de rodas, velhinhos com bengalas, sentados distante ou lá no alto, aquele espaço ocioso era constrangedor! O Papa não apreciaria isso!

Tudo ficava pequeno diante da energia mostrada por cada gesto, cada sorriso e cada bênção de Francisco!

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