Clarice baixou do céu? Beth Goulart reestreia peça depois de 10 anos
Mais de 300 na plateia, onde se via o mesmo entusiasmo da primeira temporada de 2009 a 2014
























Um dos pensamentos que podem vir à sua cabeça ao assistir a “Simplesmente eu, Clarice Lispector”, que reestreou nessa sexta (14/03), no Teatro Prio, Jockey: como pode tal semelhança? Por óbvio, todo mundo tem uma Clarice na cabeça, mesmo sem jamais tê-la conhecido: a escritora morreu em 1977. É essa a interpretação de Beth Goulart, que volta com esse espetáculo depois de 10 anos, deixando a impressão de que Clarice baixou do céu. Foram mais de 300 na plateia, onde se via o mesmo entusiasmo da primeira temporada de 2009 a 2014, quando passou por 289 cidades e foi vista por 1 milhão e 200 mil pessoas. Desta vez, vai até 30 de março, de sexta a domingo.
Beth, amorosa e gentil com todos e com cada um, disse a uma amiga que foi, a partir de “Cartas perto do coração”, que enxergou Clarice como personagem pela primeira vez: trata-se da correspondência de Clarice Lispector e Fernando Sabino entre os anos 1946 e 1969, organizado pelo próprio escritor. Esse livro foi relançado recentemente pela Editora Record, em capa dura.
A editora Rocco, que detém os direitos autorais da obra da escritora, distribuiu livros de Clarice: acabou que alguns levaram, por exemplo, três exemplares, enquanto outros, ah!, ficaram sem nenhum. Estaria aí embutido um traço da carioquice? Generalizar também não pode. Rsrsrsrsrsr!