Carioca: o mal-educado mais gentil do planeta
Comlurb chega a remover até três toneladas de lixo depois da roda de samba das segundas-feiras na Pedra do Sal
Andando pelas ruas, é perceptível um dos maiores traços do carioca: não ter cerimônia em jogar lixo por onde anda e acreditar que o espaço público é privado, tudo isso com muita simpatia, que fique claro.
Um exemplo fresco pra você: um dos pontos fixos do carnaval fora de época, em plena segundona, é a Pedra do Sal, no Morro da Conceição, com a já tradicional roda de samba, que já foi tema de oito teses de doutorado e várias monografias, além de eleita a melhor do Rio e recebido premiações. No entanto, os frequentadores deixam um rastro apoteótico de lixo.
Nos dias de evento, a Comlurb chega a remover até 3 toneladas; em dias comuns, a média é de 500 quilos. Não há desculpa para a falta de papeleiras: há de sobra, além de a empresa disponibilizar oito contêineres de 1.200 litros.
O descaso é também visto na Baía de Guanabara, que recebe 90 toneladas de lixo em suas águas, diariamente.