Brinde distribuído na sessão de “O Agente Secreto”, em Cannes
O ponto de partida do filme foi uma notícia que o diretor leu num jornal australiano, sobre uma perna humana na barriga de um tubarão

Uma lembrança física disputadíssima — depois do descarrego emocional da sessão de “O agente secreto”, de Kleber Mendonça, em Cannes — é o tubarão de borracha com uma perna na boca, distribuído depois da estreia, nesse domingo (18/05).
Estrelado por Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Isabél Zuaa e Alice Carvalho, o longa é ambientado no Recife, em 1977, durante o período da ditadura militar; acompanha a trajetória de Marcelo (Moura), um especialista em tecnologia, que retorna à sua cidade natal depois de anos. Como um filme que explora temas, como repressão política, vigilância estatal, memória e identidade, tem um tubarão como lembrança? É que o diretor disse que leu uma notícia em um jornal australiano que falava em uma perna humana encontrada na barriga de um tubarão. Esse foi o ponto de partida para o novo filme. Isso está numa das cenas de forma literal, mas em alusão ao sentido figurado, com o protagonista sendo cercado lentamente por homens poderosos e violentos.
A comitiva do longa de Kleber chegou ao tapete vermelho, com frevo pelas ruas do balneário francês, como visto em vários vídeos nas redes. Foi aplaudido por longos minutos na sessão para 2,3 mil pessoas no Grand Théâtre Lumière, a maior das salas do Palais des Festivals da Croisette.