Biólogo sugere futuro distópico ao estilo “Blade Runner”, filme de 1982
"Oráculos do cinema nos alertaram tanto quanto cientistas, mas achamos que tudo vai acabar bem"
Considero que estamos num caminho sem volta, isto é, passamos do ponto do não retorno. Vou além, mas dentro de uma perspectiva que mistura meus insights ambientais, que frequentemente acertam, com hipotéticas “teorias conspiratórias”. Quem manda de fato chegou à conclusão de que tem gente de mais no Planeta e que os recursos não dão para todos visto que a distribuição de renda é uma piada grotesca em termos mundiais. Não é à toa que a turma tem investido para criar futuramente estruturas na lua, entre outras coisas, procurando novas fontes de recursos naturais.
Contudo, até lá, a turma que manda precisa dar uma brecada nesse mundão de gente e nas suas demandas crescentes. As fórmulas são várias: pandemias, guerras e alterações climáticas. As primeiras duas são imprevisíveis: sabe-se quando começam, mas não como e de que forma podem acabar. A terceira tem um cantinho confortável e ambientalmente seguro para se esconder; não há problema que dure para sempre.
De forma limpa e civilizada, elimina-se potencialmente uma parcela da sobrecarga humana sem “sujar as mãos”, deixando para a Natureza, politicamente incorreta em suas ações, o trabalho sujo e a consciência limpa dos que mandam. Com a IA, não haverá necessidade de tanta ou pouquíssima mão de obra humana — vai sobrar gente sem ter o que fazer, além de passar fome! Aí está o quadro pintado e desbotado. Essa é uma das possíveis explicações para o estado de negação ou leniência da maioria dos “líderes mundiais” diante do que estamos presenciando em termos de mudanças climáticas e suas consequências de forma sistemática e recorrente, isto é, um plano executado para realmente alterar o clima e limpar, em parte, o Planeta do excesso de gente.
Pode ser loucura minha por assistir a muitos filmes sobre o tema, mas o que vejo sistematicamente é a vida copiando o cinema-catástrofe. Visitei Valência (Espanha) no primeiro semestre de 2024 e fiquei encantado com a cidade, extremamente diferente, bela, moderna e arborizada. Bom, deu no que deu. Reitero minha previsão de um breve futuro distópico, estilo “Blade Runner” (Ridley Scott, 1982), de altíssima tecnologia, monstruosa concentração de renda, com uma população vivendo das migalhas num planeta degradado ao extremo.
Os oráculos do cinema nos alertaram tanto quanto os cientistas, mas achamos que no final tudo acaba bem, com a mocinha se salvando junto do mocinho. Infelizmente, a realidade tem se mostrado bem diferente. Finalmente, independentemente da análise mais ou menos complexa sobre o tema, cabe a cada um — e isso somado pode chegar à casa das centenas de milhões de seres humanos — fazer o dever de casa, ou seja, plantar árvores, votar em pessoas mais antenadas com a questão ambiental e promover uma vida menos agressiva ao ambiente. De resto, o futuro a Deus pertence, e, todas as noites, eu oro para que meus insights estejam errados apesar de uma amarga e soturna certeza.