Beth Jobim celebra 40 anos de carreira na Casa Roberto Marinho
São duas inéditas, centradas na produção da artista















Chegou a vez de Beth Jobim na Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho, nessa quinta (24/04): são duas inéditas, centradas na produção da artista. Foram marcadas para as 19h, mas, duas horas e meia antes, já tinha gente por ali, à espera das visitas mediadas por Beth, doce, serena e paciente (neste caso, é preciso — rsrsrsrsr), e do curador Paulo Venâncio Filho, programadas para as 17h30.
Beth assina a curadoria da coletiva “Entre olhares — Encontros com a Coleção Roberto Marinho”, no térreo, com obras do acervo da casa, além de trabalhos de sua coleção particular. Tem Iberê Camargo, Iole de Freitas, Tunga, Tarsila do Amaral, Jorge Guinle, Ione Saldanha, Angelo Venosa e Gabriela Machado, e muitos outros talentos, tanto de arte contemporânea quanto mais antigos. Artes plásticas era uma grande paixão do empresário Roberto Marinho. “O recorte apresentado é também uma forma de reflexão sobre os anos 1980 e o contexto da produção abstrata gestual, no qual iniciei a minha pesquisa artística”, diz Beth.
No andar superior, a individual “A inconstância da forma”, curada por Paulo Venancio, comemorando os 40 anos de carreira, com uma seleção de desenhos, pinturas, objetos e ocupações. Chamou a atenção das mais ou menos 500 pessoas que passaram por lá o mural “Endless Lines” (2008), de 32 metros de comprimento por 2 de altura, com telas dispostas lado a lado, transformando o espaço em parte da obra, explorando a relação entre pintura e arquitetura.
Outro destaque são as telas costuradas a partir de 2020, um novo momento da produção da artista, tendo o linho em diferentes tratamentos (cru, branco, pintado ou em tecidos industriais para estofados), enquanto as linhas de costura ficam visíveis. “A tela se organiza à maneira de um patchwork absolutamente bidimensional, uma construção de tecidos organizados e costurados fora do chassi”, descreve Paulo.