Bailarinos do Municipal estão em sete das 12 escolas do Grupo Especial
Balé e carnaval: uma relação de mais de 60 anos, que começou com Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Municipal

Mais de 60 anos depois que Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal, levou as coreografias artísticas para a comissão de frente do Salgueiro, em 1963, artistas do teatro estão em, pelo menos, sete das 12 escolas do Grupo Especial, apresentando-se em comissões de frente, direção artística de mestre-sala e porta-bandeira ou na ala dos passistas.
O baiano Edifranc Alves, primeiro solista do balé do Municipal, completa 20 anos de carnaval. Atualmente, é responsável pela comissão de frente da Paraíso do Tuiuti ao lado de Cláudia Mota, primeira bailarina do teatro – eles são casados há sete anos.
“Trabalhar no Municipal e no carnaval são situações diferentes e muito apaixonantes. Um é erudito, tem o público que prestigia na plateia; o outro é popular, com arquibancada lotada e transmissão para o mundo todo. No palco nos apresentamos, mas não tem uma disputa, um concurso com notas. Para um artista, essas duas sensações são muito boas”, conta Edifranc, que já trabalhou na Tradição, Salgueiro, Unidos da Tijuca e Grande Rio.

Há 20 anos como integrante da Mangueira, o bailarino Anderson Dionísio segue a tradição de levar as coreografias para as escolas. Nascido em Madureira, criado na Intendente Magalhães, é atualmente professor na Escola de Mestre-Sala, Porta-Bandeira, e Porta-Estandarte Mestre Manoel Dionísio.

Na “ficha técnica” dos profissionais do palco mais tradicional do Rio no carnaval, estão ainda Ana Botafogo, assinando a direção artística do casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz; Hélio Bejani (comissão de frente da Grande Rio); Karina Dias e Lucas Maciel (Mangueira); Marcelo Misailidis (Mocidade); Rodrigo Negri e Priscilla Mota (Viradouro); Saulo Finelon e Jorge Teixeira (Beija-Flor).