Artista pernambucano Marcelo Silveira faz 1ª individual no Rio
Artista contemporâneo traz 17 trabalhos, entre esculturas de madeira e trabalhos com revistas, fios de crina de cavalo etc.


















O artista pernambucano Marcelo Silveira inaugurou sua primeira individual na Nara Roesler, em Ipanema, nessa terça (11/02), “Entre o mar, o rio e a pedra”. Com 40 anos de carreira, o artista contemporâneo trouxe 17 trabalhos, alguns deles esculturas em madeira caiacatinga, usada em engenhos de açúcar no sul de Pernambuco, por sua resistência à água, e também revistas, fios de crina de cavalo, etc.
Entre elas, dois trabalhos inéditos da série “Bolofotes” (2023 e 2024) – palavra que se pronuncia com o “o” fechado, usada no Nordeste para apontar algo disforme, “quase como se colocasse três ovos em uma meia, e que vai se configurando a cada movimentação. É uma prática de organização do espaço, de sair construindo. Faço muito desgaste na madeira, e nessa série, pela primeira vez, vou acrescentando e desgastando”, diz o artista.
Outro destaque é o conjunto de nove obras da série “Cabeludas” (2006), em couro bovino, crina de cavalo e aço inoxidável, com 2,25 metros de altura por 47 cm de largura. “A coleta da crina não prejudica o animal, ao contrário: quando se poda o cabelo ou a crina, ele se revitaliza, nasce, cresce e se desenvolve em maior abundância”, afirmou ele para os preocupados. Os fios são higienizados, alinhados por tamanho, organizados, e alguns tingidos. Tudo explicado numa visita guiada com Marcelo e Daniela Name, autora da crítica.
Atualmente ele mora entre Gravatá e Recife e tudo pode virar arte em suas mãos: madeira, couro, papel, metal, plástico e vidro. Recentemente ele participou da coletiva “Fullgás – Artes Visuais e Anos 1980”, no Centro Cultural Banco do Brasil.
Nara Roesler tem exposto o trabalho do artista nos últimos 25 anos, em seus espaços em São Paulo e em Nova York, e agora no Rio.