ABL reage à vereadora bolsonarista que tenta censurar livro
Política solicitou formalmente a retirada do livro "Capitães da Areia", de Jorge Amado, dos materiais didáticos das escolas públicas

A ABL teve que fazer um comunicado de repúdio à tentativa de censura a livros em Santa Catarina, quando a vereadora bolsonarista Jéssica Lemoine solicitou formalmente a retirada do livro “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, dos materiais didáticos das escolas públicas do município. “O acadêmico Jorge Amado, um dos nossos maiores escritores, reconhecido internacionalmente, ser descriminado por suposta influência política comunista, a essa altura do século XXI, chega a ser patético. Até porque Jorge Amado renegou o comunismo em 1956”, disse Merval Pereira, presidente da ABL, em nota.
Segundo a vereadora, o livro “promove a marginalização infantil, romantiza o estupro e a relação sexual entre adultos e crianças”. Que tal?
A proposta também não foi bem recebida nas redes: muitas pessoas criticaram a atitude da vereadora, classificando seu posicionamento como um “desserviço” e “no mínimo, ignorante”.
O lado positivo é que o feitiço costuma virar contra o feiticeiro e as livrarias aproveitam para vender títulos do autor citado com propagandas criativas, como fez Ivan Costa, dono do sebo Belle Époque, no Méier, que colocou o quadro “Temos Jorge Amado proibidão”, assim como fez há cinco anos quando também escreveu “Temos Machado de Assis proibidão”, depois que a Secretaria de Educação de Rondônia tentou censurar os livros de Machado.
