A estreia carioca de “Torto Arado”, no Riachuelo
Outro protagonista na estreia carioca foi a espada de São Jorge ou espada de Ogum, que ilustra a capa do livro





















Depois de Salvador e SP com ingressos esgotados, “Torto Arado — o musical” estreou no teatro Riachuelo, no Centro, adaptação do best-seller de Itamar Vieira Junior.
“Eu assisti com o coração de espectador e posso garantir que é uma montagem magnífica, tudo funciona muito bem e espero que seja um deleite par aos espectadores do Rio”, disse Itamar, escritor baiano reconhecido pelos seus “tortoaraders” (como falam os fãs) seja por nome mesmo ou pessoalmente, em supermercados, aeroportos, restaurantes ou pelas ruas.
A trama é sucesso nos livros e nos palcos, sob a direção de Elísio Lopes Júnior, 22 artistas em cena, sendo seis músicos e 16 atores que contam, em 2h20 a história de duas irmãs, Bibiana (Larissa Luz) e Belonísia (Bárbara Sut), que vivem em condições de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda no sertão da Chapada Diamantina, na Bahia e, na adaptação, uma nova personagem protagoniza a cena, a avó Donana (Lilian Valeska).
“‘Torto Arado’ tem humor, tem dor, tem poesia, e isso tudo extraído do livro a partir do convívio desses personagens em cena. Essa dor que a narrativa de Itamar nos oferece e que conseguimos transpor para o palco com o desejo de mostrar um pouquinho mais para o Brasil quem é o Brasil”, diz o diretor Elísio Lopes Júnior — que também assina a dramaturgia ao lado de Aldri Anunciação e Fábio Espírito Santo.
Outro protagonista na estreia carioca foi a espada de São Jorge ou espada de Ogum, que ilustra a capa do livro, com os convidados repetindo a pose — tem um significado simbólico e cultural, que traz a ideia de proteção e força, uma expressão de defesa e resistência.
O coreógrafo Zebrinha é responsável pela direção de movimento, baseado no Jarê, religiosidade do povo que permeia toda a trama. “O que estou tentando fazer é tornar contemporânea essa visão e apresentar o que há de mais bonito e mais plásticos dentro dos rituais do Jarê”, comenta ele.
A temporada segue até 15 de junho, com 22 apresentações de quinta a domingo.