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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

A crítica de “Senhor Diretor”, com Analu Prestes

Espetáculo é baseado no conto homônimo de Lygia Fagundes Telles

Por lu.lacerda
8 nov 2024, 11h40
Analu Prestes
Analu Prestes (Alexia Maltner/Divulgação)
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Lygia Fagundes Teles foi uma mulher muito, mas muito, à frente de seu tempo: foram 104 anos de talento, luta, posicionamento, de literatura ímpar. Ao mesmo tempo, denunciava as feridas de opressão da condição feminina, construía personagens ímpares. É o caso do seu conto “Senhor Diretor”, que, em forma de missiva, uma mulher tenta fazer ouvir sua voz na contramão da história.

Analu Prestes e Silvia Monte
Analu Prestes e Silvia Monte (Alexia Maltner/Divulgação)

Analu Prestes nos apresenta todos os conflitos, desejos, contradições, pequenas alegrias, tristezas sem cura no espetáculo “Senhor Diretor”. Em primeira pessoa, condizente com o gênero do conto, a carta, Analu extrai todos os sentimentos capazes de convergir, misturar e explodir na sexualidade reprimida, no amor abafado de uma professora solteirona, como o discurso preconceituoso da época. É capaz de explodir quando é uma figura invisível.

A pequena arena se transforma em palco gigante, um Maracanã para a grande intérprete, capaz de fazer jogadas de craque e apresentar inúmeros gols de placa à plateia. A direção de Silvia Monte é certeira para permitir que Analu possa depositar peso nas palavras, mas mantendo os gestos tímidos, concisos, quase que escondidos, medrosos e tímidos ante o mundo que a incapacita.

Analu escolhe o figurino atemporal, definidor da personagem, da sua tentativa de equilibrar-se em um pretenso passado da elite e o abandono em que vive na atualidade. A perda das amigas, dos sobrinhos (com relacionamento  apenas formal) encontra inflexões e gestos da atriz camaleônica e talentosa, que é Analu.

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Analu, artista plástica e cenógrafa, emoldura a vida limitada de Maria Emília. Todos os movimentos — por conta das dimensões da pequena arena que é o Espaço Abu — conseguem concentrar e focar a qualidade do texto, que, apesar dos temas morte, envelhecimento, solidão, é uma explosão de vitalidade.

 

Serviço:
Espaço Abu ( Av. Nossa Sra. de Copacabana, 249)
Sexta a domingo, às 20h

Claudia Chaves

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