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Julia Zardo

Por Julia Zardo, professora de empreendedorismo e gerente de ambientes de inovação Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Inovação e Sociedade: uma conversa sobre desafios, oportunidades e impactos das práticas inovadoras na vida de todos nós

Imaginação para criar futuros e soluções inovadoras

Capacidade de imaginar sem restrições ou pré-conceitos é ferramenta poderosa para potencializar negócios, criar novos produtos e organizar cidades

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Atualizado em 22 nov 2022, 15h20 - Publicado em 22 nov 2022, 14h47
Imaginação, unida ao pensamento de futuros, é uma ferramenta poderosa e necessária para todos os tipos de organizações
Grandes pensadores alertam que estamos nos fechando para o novo (Getty Images/Divulgação)
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Quando pensamos em futuros possíveis, podemos chegar tão longe quanto a nossa imaginação nos permita. Dependemos da nossa capacidade imaginativa para construir cenários positivos, partindo da nossa compreensão dos caminhos e de mudanças atuais.

Albert Einstein dizia que “a imaginação é mais importante que o conhecimento, porque o conhecimento é limitado, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.” Sendo assim, seria a imaginação mais importante do que a razão para resolver problemas e potencializar negócios?

Existe a ideia de que a inovação surge da interação entre o real e o possível. Nesse sentido, a imaginação se torna uma ferramenta poderosa para criar todo tipo de soluções e há uma expressão que sempre pode ser utilizada: “E se?”.  Ao se fazer essa pergunta abrimos caminhos para imaginar novos futuros.

Perguntas desse tipo são bastante comuns nos estudos de futuros e podem ser estratégicas para as empresas. “E se as pessoas pudessem pagar sem a necessidade de um cartão?”. “E se pudéssemos produzir carne sem abater nenhum animal?”. Como aponta o futurista e estrategista de negócios Demetrio Teodorov, foi a partir daí que soluções como o chip subcutâneo e a carne produzida em laboratório nasceram.

Diversos outros exemplos podem ser citados sobre como a imaginação, unida ao pensamento de futuros, é uma ferramenta poderosa e necessária para todos os tipos de organizações. De pequenos negócios até grandes instituições, como o próprio Estado. Não à toa, o governo francês contratou uma equipe multidisciplinar de escritores de ficção científica para mapear possíveis ameaças militares, o Red Team.

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O escritor Alvin Tofler dizia que “Quando falamos de futuro, é muito mais importante ser imaginativo do que estar certo.” Mas será que há limites para a imaginação? O quanto as narrativas que construímos podem restringir a nossa capacidade imaginativa? Além disso, quais são os impactos dos avanços de tecnologias como a inteligência artificial (IA) nesse sentido?

Recentemente, uma imagem criada por um software de IA venceu uma competição de artes plásticas nos Estados Unidos. Intitulada “Théâtre D’opéra Spatial”, a obra foi composta pelo designer Jason Allen, com o programa de criação de imagens chamado Midjourney. Mesmo com a polêmica gerada entre os artistas, a ratificação do vencedor foi dada pelos juízes do concurso. E você, validaria? 

Independentemente da resposta, o fato é que essa relação cada vez mais simbiótica entre humanos e máquinas traz reflexões importantes e nos obriga, a todo momento, a reavaliar nosso próprio conhecimento sobre o mundo.

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Grandes pensadores internacionais da atualidade, como o psicólogo organizacional Adam Grant, também alertam para a importância de repensar nossa maneira de trabalhar, produzir, liderar e viver, pois, segundo ele, nos acostumamos a nos fechar para o novo.

As discussões sobre imaginação na construção de futuros estão em várias vertentes, como propõe a edição deste ano do Festival Futuros Possíveis da Casa Firjan, por exemplo. A proposta é imaginar para inovar. Seja na perspectiva de solução de negócios; seja aprendendo a usar a imaginação como uma ferramenta de soluções sociais e ambientais; seja uma provocação sobre como a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, impacta na nossa capacidade imaginativa, nossas expressões e sentimentos.

Abrir-se para o futuro sem “pré-conceitos”, sem um pensamento colonizado pelo olhar do hoje ou sobre o que estamos acostumados, pode ser a ponte para atividades sustentáveis e inovadoras; para insights que vão nos permitir criar novos produtos e serviços; organizar cidades e sociedade de uma nova forma; descobrir soluções para o meio ambiente e fazer da IA parceira de toda hora. Por isso, partindo da ideia de que o futuro é algo que podemos criar, moldar e construir, fica o convite ao leitor para ativarmos a imaginação na construção desses futuros, dos futuros que queremos.

Coluna assinada em parceria com Iuri Campos, especialista de conteúdo da Casa Firjan, pós-graduado em Transformação Digital pela PUC-Rio e em Marketing pela ESPM.

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