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Por Julia Golldenzon, estilista carioca
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Reabertura do comércio: nada substitui o olho no olho

Estamos mais conectados que antes – o que aprendi ao reabrir as portas após três meses em função da pandemia

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Atualizado em 2 jul 2020, 19h55 - Publicado em 2 jul 2020, 19h54

O tal voltar ao normal tão falado nos últimos três meses, enfim, chegou. Foi como um reencontro. Depois de quase 100 dias de portas fechadas e restrições em função do combate à pandemia, o comércio de rua pôde reabrir no Rio de Janeiro, seguindo autorização da Prefeitura. Por isso, esta semana pude voltar com minha equipe ao ateliê e começar a construir o “novo normal”. Está sendo, e será por algum tempo, uma descoberta. De alguma maneira, é como reaprender a olhar os gestos do dia a dia no trabalho e entender que estamos ainda mais conectados que antes, pois percebemos e nos preocupamos o tempo todo com o outro. Embora não possamos ainda dar abraços e cumprimentar com dois beijinhos, a sensação é de que estamos ainda mais próximos.

Sabe quando somos adolescentes e passamos anos planejando mil coisas para “quando eu fizer 18 anos”? Esta é um pouco a sensação. Este dia tão sonhado chega, e você percebe que ele não é assim tão comovente ou emocionante como parecia nos seus pensamentos. Mas o fato de ele chegar te faz ter coragem para arregaçar as mangas e começar a construir cada um dos seus planos, te faz compreender que tudo que você planejava depende de você mesmo – e, no caso do comércio, de uma equipe coesa e comprometida a fazer dar certo. O que quero dizer? Que depois de três meses repetindo “um dia de cada vez”, é possível ser capaz de olhar um pouco mais a frente. É possível ter realmente esperança de que, agora sim, logo vai passar.

Foram três meses de um esforço hercúleo para manter a equipe segura física e financeiramente e ao mesmo tempo encontrar uma maneira de dialogar com as clientes e adaptar os negócios a tudo de inesperado que o ano de 2020 nos apresentou. Não foi fácil. Comerciantes, e neste grupo também me incluo, estão acostumados a planejar com antecedência. Com a pandemia, nos vimos compelidos a pensar quase que um dia de cada vez. Reabrir as portas nos faz alimentar novamente o olhar para o amanhã, mesmo sabendo que o esforço continuará.

Notícia boa seria a cura do coronavírus, claro, mas enquanto ela não surge e enquanto a vacina está em teste, cabe a nós criar e construir este “novo normal”. E cabe a nós manter viva a corrente de solidariedade e união que nos motivou nestes longos dias de quarentena – um dos lados comoventes da pandemia no melhor dos sentidos.

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No caso do meu ateliê, o “novo normal” significa receber clientes só com agendamento para evitar aglomeração, oferecer pantufas, álcool gel e máscaras, funcionar com horário reduzido e desinfetar o espaço inteiramente a cada atendimento. É exaustivo, certamente, seguir todos os protocolos de segurança, mas ainda assim, é muito bom estar de volta, trocar ideias ao vivo com a equipe, receber clientes, agora, com sorriso nos olhos. Uma coisa aprendi nesta pandemia: não há plataforma digital que substitua o bom e velho olho no olho.

Julia Golldenzon é estilista especializada em festas e noivas. Formada em Comunicação Social pela PUC-Rio, ela trabalhou em marcas como Farm e La Estampa e, desde 2013, tem um ateliê no Leblon, que leva seu nome.

 

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