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Um roteiro para se isolar em Paraty e Mamanguá

Como foi a nossa primeira viagem na pandemia, e por que escolhemos Paraty-Mirim e Mamanguá

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Atualizado em 30 nov 2020, 17h26 - Publicado em 9 out 2020, 13h09

Deixo a BR-101 para trás, e pego a estrada de chão que segue o caminho do rio até uma baía de águas calmas e tranquilas. Chego em Paraty-Mirim e Mamanguá que ao contrário da badalada Paraty, são um refúgio silencioso e isolado.

A floresta cobre as montanhas até onde o olhar alcança nessa região protegida pela APA do Cairuçu e pela reserva indígena  Guarani-Mbya. Aqui, é verde que não acaba mais, e muitas praias e ilhas de mar azulzinho. Para ser exata, ao todo, aqui, essa região tem mais de 300 praias e 60 ilhas. É uma para cada dia do ano, e ainda sobra.

É esse o lugar que escolhemos para a nossa primeira viagem desde que a pandemia se instaurou. A escolha não podia ter sido mais incrível: um roteiro de praias paradísíacas, cachoeiras cheias d’água, trilhas e muita natureza.

A vista da nossa varanda. Ao fundo, Paraty-Mirim
A vista da nossa varanda. Ao fundo, Paraty-Mirim (/ Juju na Trip/Veja Rio)

Onde ficar em Paraty, Paraty Mirim e Mamanguá

Nossa base foi a Casa de Vidro (reserve aqui pelo booking ou pelo airbnb), uma construção belíssima e totalmente integrada à natureza, cercada pelo mar e pela floresta.

Dentre tantos hotéis fora de série que conhecemos, arrisco dizer que essa casa foi um dos lugares mais lindos onde já nos hospedamos.

A casa acomoda 10 pessoas, com 3 suítes e 1 quarto, e tem acesso ao mar. Uma das suítes tem uma hidromassagem com a vista. O projeto é todo integrado à natureza e, para onde se olha, está o oceano e a floresta.

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No lugar de paredes de argamassa, a casa tem gigantescos janelões de vidro, sustentados por madeira e pedra. Para todos os lados, há deques com espreguiçadeiras, com bancos, com redes. E ainda a piscina, com fundo infinito e vista de Paraty-Mirim.

Um projeto é incrível, mas não é só isso. A atmosfera é toda especial nesse lugar.  Às vezes, ainda dão as caras por aqui golfinhos e tartarugas. E nem preciso dizer a sinfonia que é de pássaros, com toda essa mata em volta.

> Se quiser opções mais econômicas, tem são a Casa da Areia e a Casa do Mamanguá. Também amo esse bangalô acomoda na Ilha do Araújo,  e essa uma casa linda (também na ilha do Araújo, a 10 km de Paraty)

A Casa de Vidro, uma paixão!
A Casa de Vidro, uma paixão! (/ Juju na Trip/Veja Rio)
Mar e piscina na Casa de Vidro.
Mar e piscina na Casa de Vidro. (/ Juju na Trip/Veja Rio)
Uma das suítes da casa
Uma das suítes da casa (/ Juju na Trip/Veja Rio)

Como foi a nossa primeira viagem na pandemia:

Foi nossa primeira viagem desde março, quando a pandemia se instaurou. Fizemos teste de Covid e deu negativo. E, nas poucas vezes em que saímos da casa, usamos máscaras para preservar os nativos e nós. Isso é fundamental. Paraty Mirim é um pequeno vilarejo, com uma população idosa e mais vulnerável,  e respeito aos protocolos é dever de todo viajante.

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A ideia, para essa primeira viagem, era fazer uma viagem que não desrespeitasse o isolamento. Um lugar de natureza, sem quase nenhum contato com outras pessoas.

A escolha do Mamanguá e Paraty Mirim, e da Casa de Vidro como hospedagem, foi acertadíssima. Estar numa casa e não em um hotel fez bastante diferença nessa primeira viagem; nos sentimos seguros e protegidos do risco de contaminação.

Levamos nossa comida, embora a casa ofereça esse serviço, e não foi preciso sair para restaurantes. Fizemos alguns passeios, mas todos para lugares vazios, que descrevo mais abaixo. E foi incrível, lindo e responsável.

Sublinho, porém, que achei o centro histórico de Paraty cheio, e com muita gente sem máscara.

Seychelles? Não, essa é a Praia da Boca Pequena, em Paraty. Destino perfeito para se isolar
Seychelles? Não, essa é a Praia da Boca Pequena, em Paraty. Destino perfeito para se isolar (/ Juju na Trip/Veja Rio)

Como chegar em Paraty-Mirim e Mamanguá:

A Casa de Vidro Paraty fica no costão de Paraty-Mirim, a 20 minutos do centro histórico de Paraty e uma braçada de mar do Saco do Mamanguá.

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Para chegar a casa, só de barco ou por uma trilha rápida, de menos de dez minutos, seguindo pela encosta ou de barquinho (5 minutos de trajeto, apenas, e a dona da casa passa os contatos depois que a reserva é feita). Cada trecho de barco custa R$30 (por trecho, e no barco cabem dez pessoas).

O carro precisa ficar em Paraty-Mirim, e os estacionamento custa R$15 por dia. Quem preferir, pode deixar parado na rua, que dizem ser seguro.

Onde ficar no Mamanguá e Paraty: estão vendo um pontinho nessa encosta incrível? É a Casa de Vidro. Surreal!
Onde ficar no Mamanguá e Paraty: estão vendo um pontinho nessa encosta incrível? É a Casa de Vidro. Surreal de incrível! ()

Quanto tempo ficar no Mamanguá e Paraty:

No mínimo, 5 dias na Casa de Vidro. Primeiro, porque a casa é uma preciosidade. Dá vontade de ficar lá para sempre.

Fora isso, há dezenas de lugares bacanas pra explorar: além das centenas de praias, tem cachoeiras, trilhas e – no Mamanguá – restaurantes onde o peixe vem do mar e na hora.

Viagem de isolamento em Paraty: a casa perto de tudo, e ao mesmo tempo cercada de natureza
Viagem de isolamento em Paraty: a casa perto de tudo, e ao mesmo tempo cercada de natureza (/ Bruno Basila/Veja Rio)

Roteiro da viagem: dia 1 nas ilhas e praias de Paraty

As escunas estão saindo muito cheias de Paraty, mesmo com a pandemia. Optamos pelo privativo com o  @palombetaboat,e a experiência valeu à pena. Recomendo. O passeio dura 6 horas em uma lancha confortável, parando nas praias mais lindas e com a tranquilidade que os passeios de escuna não têm.

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Nossa capitão, Fabiano, é nativo da região, assim como o sócio do Palombeta, o Davi. Digo isso para ilustrar que eles conhecem cada canto da baía. Assim como o roteiro e horários das escunas, o que garantiu que eles organizassem o trajeto sem ir no encontro delas. Foi ótimo, porque não esbarramos com nenhuma outra embarcação do gênero (a não ser um única escuna na Ilha dos Cocos).

Paramos na Ilha Comprida, Jurumirim, Ilha dos Cocos e Ilha do Algodão. Confesso que nunca imaginei que essa região tivesse praias de água tão azul e vegetação tão preservada.

Sobre valores, é o seguinte:

  • Tem a lanchinha mais rápida e que chega em mais praias, e a traineira mais lenta e com climinha retrô.
  • Os preços começam em R$800 para traineira (cabem até 20 pessoas) e R$1100 na lancha (mais rápida).

Dia 2: passeio de barco pelo Saco do Mamanguá

O passeio para o Saco Mamanguá repetimos com o pessoal do Palombeta.  No Mamanguá, o braço de mar invade o continente e rasga as montanhas desenhando um fiorde tropical, o único do Brasil, com dezenas de micro enseadas, e cachoeiras, mangues, rios de águas límpidas e trilhas pela floresta. 

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E tudo isso num lugar onde, apesar de toda essa beleza, o turismo não chegou forte e o ritmo do tempo é o das vilas caiçaras. o Mamanguá é um ótimo exemplo de como as áreas de preservação protegem também a cultura local. Passamos um ano novo aqui em 2009 e, mesmo depois da chegada da luz, pouca coisa mudou.

O Saco da Velha, primeira parada do passeio, logo na entrada do Saco
O Saco da Velha, primeira parada do passeio, logo na entrada do Saco (/ Juju na Trip/Veja Rio)

O que ver no passeio pelo Saco do Mamanguá

  • nossa primeira parada foi no Saco da Velha, uma praia um pouco antes da entrada do Saco, de continente mas só acessível de barco. A praia é um escândalo, e tem um gruta enorme para quem gosta de explorar.
  • a segunda parada na praia do Buraco, já no saco. E que mar encontramos lá: turquesa, cristalino, e sem ninguém.
    a terceira do parado foi a Praia do Engenho, gostosinha, cheia de amendoeiras frondosas fazendo sombra na areia, e com uma pequena queda de água doce. Dessa praia saem várias trilhas, para cachoeira e também para o famoso Pico do Pão de Açucar.
  • terminamos o passeio almoçandono restaurante do Dadico, pescador nativo. O lugar é uma delícia, com um deque de madeira sobre as águas. Teve peixe que ele iscou de manhã, e ostra que garfou na hora no mar, ali na nossa frente. Devoramos felizes, com direito a redário depois  para fazer a sesta.
  • Dica extra: vale muito à pena conhecer a cachoeira do Rio Grande. Fomos na primeira vez em que estivemos no Saco, há dez anos, mas não tenho fotos. Para chegar lá, vai de barco até o fim do braço do mar, onde ele encontra com o mangue. Então  rema 20 minutos de caiaque pelo mangue e segue mais 20 de caminhada. É o pote atrás do arco-íris.

Dia 3: Cachoeiras de Paraty, Cunha e Paraty-Mirim.

Com tantas florestas nessa região, não é de se admirar que aqui existam dezenas de cachoeiras, algumas com acesso facílimo, e outras que exigem mais preparo físico. Para quem tem um dia apenas para elas, recomendo o passeio privativo que fizemos com a Paraty Tours.  Achamos ótimo, e adoramos o guia Cristiano. Saímos 8h e só voltamos por volta das 17h.

A agência fez um roteiro personalizado, com cachoeiras e horários mais vazios.

  • Cachoeira da pedra branca, com dois lagos enormes de cor coca-cola e duas quedas d’água. Só ela já vale uma manhã toda. Chegamos 8h, e não tinha ninguém
  • Seguimos para a cachoeira das Sete Quedas, que não está na rota das agências, e é maravilhosa. De novo, dois lagos e várias quedas d’água.
  • A terceira parada foi na Cachoeira da Jamaica, outra fora do circuito turístico e muito linda.
  • Para terminar, o tobogã, essa sim bem cheia, mas divertida: um enorme escorrega natural formado de pedra e com água corrente.

O valor do privativo com Paraty Tours é R$800 para o Jeep com até 8 pessoas, e o tour regular custa R$100 por passageiro. O carro deles é uma land 4X4 aberta, higienizada antes e depois do passeio.

Se estiver em um carro 1.0 ou de carroceria baixa, tenha atenção: a estrada é esburacada e com pedras altas.

A cachoeira das Sete Quedas, em Paraty
A cachoeira das Sete Quedas, em Paraty (Ligia Skowronski/Veja Rio)

Dias 4 e 5: não fazer nada

Foram dias de não fazer nada, e curtir a Casa de Vidro que, como eu disse, só ela já vale a viagem. Temos que aprender que não fazer nada  é parte de viajar. Acordar sem pressa, fazer um longo desjejum sem perder a vista do mar, pegar sol (se chover, é uma delícia também), remar sem destino pela baía, tudo isso fizemos nesses dois dias.

Foram fundamentais. Foi o que fez a gente sentir calma, relaxar, mergulhar no clima pacato de Paraty-Mirim e entender como o tempo passa lá.

onde ficar em Paraty: a casa de Vidro vista do mar
onde ficar em Paraty: a casa de Vidro vista do mar ()
mais uma da casa
mais uma da casa (Reprodução)

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