Um personagem carioca na Copa de 1950 – Barbosa
Barbosa é considerado o melhor goleiro da história do Vasco. Nascido em Campinas, começou a carreira em obscuros clubes de São Paulo, mas chamou a atenção do Vasco, para onde se transferiu aos 24 anos. Passou dez anos em São Januário como integrante do Expresso da Vitória, conquistando diversos títulos e um lugar na Seleção […]

Barbosa é considerado o melhor goleiro da história do Vasco. Nascido em Campinas, começou a carreira em obscuros clubes de São Paulo, mas chamou a atenção do Vasco, para onde se transferiu aos 24 anos. Passou dez anos em São Januário como integrante do Expresso da Vitória, conquistando diversos títulos e um lugar na Seleção que disputou a Copa de 1950 no Brasil.
A Seleção era a grande favorita para a Copa de 1950 não só por jogar em casa mas também pela fragilidade dos europeus, ainda em reconstrução após a 2ª Guerra Mundial e pela ausência da Argentina, que não veio em retaliação por não ter sido escolhida como sede, além da belíssima campanha ao longo da competição. Aquela Copa não foi decidida em semifinais e final e sim em um quadrangular decisivo. Brasil e Uruguai se enfrentaram na última rodada em jogo com cara de final e vantagem do empate para a Seleção, que saiu na frente com Friaça no começo do segundo tempo. Schiaffino empatou para o Uruguai aos 21 do segundo tempo, e a mudança de astral no Maracanã foi tão grande que nem parecia que o empate dava o título aos brasileiros. O Uruguai aproveitou o momento, cresceu e alcançou a virada aos 34 do segundo tempo, resultado que se manteve até o fim, garantiu o título aos uruguaios e causou o maior silêncio que se tem notícia em um estádio de futebol.
O gol do título veio num chute cruzado de Ghiggia, que para muitos poderia ter sido defendido por Barbosa. De “poderia ter defendido” passou para “falha” ou “frango” e Barbosa, junto com outros pouco personagens, passou a carregar, injustamente, o peso da culpa da derrota. Além de injusta, a condenação foi eterna. Como ele mesmo lembrava, a pena perpétua que cumpria era superior a pena máxima de trinta anos prevista para criminosos brasileiros.
Barbosa fazendo uma das inúmeras que ficaram injustamente esquecidas após a derrota para o Uruguai