Trinta anos da Tragédia do Sarriá, quando deixamos de não desejar o fim
Há exatos 30 anos o Brasil perdeu de 3×2 para a Itália de Paolo Rossi, naquilo que ficou conhecido como Tragédia do Sarriá. Em 2007, quando a Tragédia completou 25 anos, o Sportv fez um programa especial sobre aquele time e um trecho do texto, já no fim do programa, me marcou bastante. Pesquisando, achei […]
Há exatos 30 anos o Brasil perdeu de 3×2 para a Itália de Paolo Rossi, naquilo que ficou conhecido como Tragédia do Sarriá.
Em 2007, quando a Tragédia completou 25 anos, o Sportv fez um programa especial sobre aquele time e um trecho do texto, já no fim do programa, me marcou bastante.
Pesquisando, achei o texto reproduzido no blog Blog Joio & Trigo, mas não encontrei nem o vídeo do programa nem o crédito do autor do texto, que reproduzo abaixo:
“Porque o que doeu ali foi a consciência de que nunca mais veríamos aquele time. Foi a desilusão. O fim. Imediatamente um raciocínio incompleto se propagou desde o Sarriá: não valia a pena jogar bonito e perder. E a Seleção passou 12 anos a perder jogando feio.O trauma começou a se dissolver em 94. Se hoje esperam-se conquistas de Kaká e Ronaldinho Gaúcho, essa crença no talento renasceu com a vitória da geração de Romário e Bebeto.
Mas foi também em 94 que se criou a contagem regressiva no caminho do Brasil às finais de Copa. Pegou. Mas há uma segunda leitura quando se diz em triunfo “agora só faltam tantos”: há uma idéia de alívio. Hoje queremos sempre que falte pouco, como se todo jogo fosse apenas uma missão a cumprir. Em 82, cada jogo era um prazer. Queriámos que faltasse muito, que não acabasse mais. Talvez tivéssemos chegado quase a lamentar se aquele time fosse campeão. Teria sido um outro fim. E não queríamos nenhum fim.”