O “Timinho” Tricolor de 2012, uma homenagem a outros “Timinhos” campeões
Mais uma rodada do Brasileiro se passa e o Fluminense permanece inabalável na liderança, cada vez mais com cara de campeão, graças a mais uma vitória de 1×0. Mantendo o ritmo, pode-se dizer que o time desse ano conquistará o Brasileiro fazendo homenagem a outros elencos tricolores. A alcunha de “Timinho” para definir equipes tricolores […]
Mais uma rodada do Brasileiro se passa e o Fluminense permanece inabalável na liderança, cada vez mais com cara de campeão, graças a mais uma vitória de 1×0. Mantendo o ritmo, pode-se dizer que o time desse ano conquistará o Brasileiro fazendo homenagem a outros elencos tricolores.
A alcunha de “Timinho” para definir equipes tricolores que venciam muitos jogos por 1×0, apresentavam um futebol pragmático e terminavam com a taça na mão surgiu em 1951, quando um time de garotos, com Castilho no gol, venceu o Carioca. Nos 22 jogos da campanha, foram 16 vitórias, e só 5 delas por um gol de diferença. Mas a reta final foi sofrida, com vitória de 2×1 sobre Olaria, empate em 0×0 com Sâo Cristóvão e derrota para o Bangu por 1×0. Flu e Bangu terminaram empatados e o Timinho Tricolor venceu os alvirrubros da Zona Oeste por 2×0 e 1×0, garantindo a conquista.
A partir daí Nelson Rodrigues passou a chamar o Fluminense, do qual era torcedor fanático, de Timinho em suas crônicas. Tal mania valeu a explicação em crônica de 1959: “… no caso do Fluminense, o diminutivo nasceu quando? Precisamente, há oito anos, ou seja: — em 51. Começamos, naquela ocasião, com um time que parecia uma vergonha. Se virássemos esse time pelo avesso, se o vasculhássemos de alto a baixo, se o espremêssemos até a última gota, não encontraríamos, lá, um cobra. Talvez Castilho. O resto era uma garotada infrene. Tudo novo, tudo imaturo, tudo começando. O neutro olhava a escalação da equipe e concluía: – ‘São uns cabeças-de-bagre! Uns pernas de pau!’ Foi, então, que nasceu o diminutivo exato: — ‘Timinho!’ Amigos, poucos apelidos terão tido um êxito tão instantâneo. Imediatamente, todo o mundo só viu o Fluminense como um irremediável ‘Timinho’.”
Em 1964 de novo deu Timinho na cabeça. Numa campanha de 26 jogos, o Flu venceu 17, sendo 7 deles por um gol de diferença. Como em 1951, Flu e Bangu terminaram empatados e decidiram o campeonato. Nos dois jogos decisivos, vitórias tricolores por 1×0 e 3×1 e mais uma taça para as Laranjeiras.
No Carioca de 1990 uma equipe desacreditada fazia boa campanha na Taça Rio, mas era pejorativamente chamada de timinho pelas torcidas rivais, que diziam que os bons resultados decorriam do fato de o time não ter enfrentado os clássicos ainda. Quando veio o Fla-Flu, deu Timinho, 1×0 gol de Donizete e a torcida tricolor foi ao delírio “Eô, eô, o Timinho é o terror!”. A equipe conquistou a Taça Rio, mas acabou não ganhando o Carioca.
Agora em 2012, enquanto os outros desdenham, os tricolores festejam e seguem confiantes em mais uma conquista do Timinho das Laranjeiras.
Se tantas conquistas não te convenceram do poderia dessas equipes, veja a lista de “cabeças-de-bagre” desses Timinhos:
1951: Castilho, Píndaro, Pinheiro, Didi, Telê Santana.
1964: Castilho, Carlos Alberto Torres, Altair, Amoroso.
1990: Válber, Alexandre Torres, Renato (Laércio Canil).
2012: Diego Cavalieri, Deco, Thiago Neves, Wellington Nem, Fred.