Obesidade dispara número de jovens diabéticos no mundo
Além do alto IMC, outros fatores de risco apontado pelo estudo são o tabagismo e uma alimentação pobre em frutas
Uma das comorbidades mais perigosas para a saúde a longo prazo, a obesidade cresceu significativamente entre jovens em todo mundo nos últimos 30 anos. É o que atesta a revista científica BMJ, a partir de dados coletados em 200 localidades. O alto IMC (índice de massa corporal) é destacado como fator preponderante de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, doença que pode ser um agravante para outras enfermidades, como problemas cardíacos, perda de membros, da visão e até de morte.
De acordo com a publicação, a taxa de incidência para diabetes tipo 2 em adolescentes e adultos jovens aumentou de 117 por 100 mil habitantes em 1990 para 183 por 100 mil habitantes em 2019. Nestes mesmos 30 anos, a taxa de mortes e anos de vida ajustados por incapacidade para essa faixa etária cresceu de 106 para 150 por 100 mil. O índice de mortalidade por idade também apresentou pequeno crescimento: de 0,74 para 0,77 por 100 mil.
Apesar de tradicionalmente a doença se desenvolver em pessoas de meia-idade e idosos, o cruzamento de dados apontou o início precoce do diabetes tipo 2, com diagnósticos cada vez mais comum em pacientes com menos de 40 anos, em especial as mulheres. Os números atestam que mulheres com menos de 30 anos foram mais atingidas que os homens, comprovando, mais uma vez, o que defendemos há tempos: a saúde da mulher tornou-se um ponto focal de preocupação nos últimos anos, tendo em vista a mudança do seu estilo de vida, o aumento de compromissos e de estresse e a pouca preocupação com a qualidade de vida.
Os pesquisadores chegaram a definir o atual momento como uma “epidemia” de diabetes tipo 2. “Nosso estudo mostra uma clara tendência de crescimento do diabetes tipo 2 nos últimos 30 anos. Essas descobertas exigem ações urgentes para lidar com o problema de uma perspectiva global”, afirmou um dos autores, lembrando que além do alto IMC, outros fatores de risco apontado pelo estudo são o aumento do consumo de álcool entre os jovens e uma alimentação pobre em frutas.
A melhor forma de agir é prevenir. Todas estas informações endossam a certeza de que o estilo de vida saudável é o melhor aliado não apenas na prevenção da obesidade, mas também de outras comorbidades. Manter uma rotina que inclua a prática regular de atividades físicas, noites reparadoras de sono, refeições balanceadas, o excesso de sal e de bebidas alcoólicas, além dos exames preventivos de rotina, são as estratégias mais eficazes para a longevidade com autonomia.
Saúde é prevenção!
Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, desenvolveu a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França, Conselheiro estratégico da ABRH-Brasil e autor de quatro livros: Como se tornar um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (editora Rocco), Emoções e saúde (editora Rocco) e Saúde é Prevenção (editora Rocco), com o médico Galileu Assis, diretor da Med Rio Check-up.