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Gilberto Ururahy

Por Gilberto Ururahy, médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista em medicina preventiva
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O estilo de vida saudável como prevenção à demência

Funções neurológicas também se privilegiam de uma vida com bons hábitos

Por Gilberto Ururahy
15 Maio 2023, 14h24
Uma borracha apaga o desenho de um cérebro.
A demência pode ser consequência de diversas doenças neurodegenerativas, como o acidente vascular cerebral (AVC) ou o Alzheimer. (Shutterstock/Reprodução)
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Sabemos que o estilo de vida saudável é o melhor aliado na prevenção de uma gama de doenças. Com frequência, escrevemos muito de como bons hábitos favorecem para se manter distância de doenças crônicas como câncer, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e respiratórias.

No entanto, pouco se fala de como eles também podem auxiliar na prevenção de males neurológicos, como a demência, alteração que conduz à progressiva deterioração das funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio, prejudicando atividades cotidianas do paciente e de sua família, por extensão.

Dentre os principais sintomas da demência estão confusão mental, alucinações, incapacidade de realizar atividades do cotidiano, perda de memória e incapacidade de reconhecer pessoas ou lugares. A demência pode ser consequência de diversas doenças neurodegenerativas, como o acidente vascular cerebral (AVC) ou o Alzheimer, responsável por até 70% dos casos. A incapacidade associada à demência é um fator-chave dos custos relacionados à doença. Em 2019, o custo global da demência foi estimado em US$ 1,3 trilhão. O valor está projetado para aumentar para US$ 1,7 trilhão até 2030.

A estimativa é que 55 milhões de pessoas no mundo têm demência, 8,1% das mulheres e 5,4% dos homens com mais de 65 anos. Este número pode chegar a 82 milhões em 2030 e 152 milhões em 2050. No Brasil, cerca de dois milhões de pessoas têm a doença e há cálculos de que este número possa chegar, em 30 anos, a crescer 200%, face ao envelhecimento populacional. Tamanho número de casos dá à doença a sétima colocação dentre as causas de morte e incapacitação. As mulheres representam o maior número de casos de demência.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), apenas um quarto dos países em todo o mundo têm uma política, estratégia ou plano nacional para apoiar as pessoas com demência e suas famílias. “A demência rouba a memória, independência e dignidade de milhões de pessoas, mas também rouba do resto de nós as pessoas que conhecemos e amamos”, resumiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

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Para se evitar atingir a números tão drásticos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu como estratégia a prevenção aos fatores de risco evitáveis, como tabagismo, consumo exagerado de bebidas alcoólicas, alimentação desbalanceada e sedentarismo, que podem levar à demência, de acordo com diversos estudos recentes, especialmente em países de baixa renda, como o Brasil.

Portanto, se há um método possível de prevenção à demência, ele é o estilo de vida saudável: noites de sono reparadoras, alimentação regrada, prática de exercícios físicos, consumo moderado de álcool e distância do cigarro são comportamentos fundamentais, bem como a realização regular de exames médicos preventivos.

Saúde é prevenção!

Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, desenvolveu a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França, Conselheiro estratégico da ABRH-Brasil e autor de quatro livros: Como se tornar um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (editora Rocco), Emoções e saúde (editora Rocco) e Saúde é Prevenção (editora Rocco), com o médico Galileu Assis, diretor da Med Rio Check-up.

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