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Gilberto Ururahy

Por Gilberto Ururahy, médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista em medicina preventiva
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“Le Monde” afirma que não se envelhece bem na França. E no Brasil?

População negligencia os cuidados com estilo de vida que previnem doenças crônicas a longo prazo

Por Gilberto Ururahy
17 ago 2022, 18h16
Senhora se consulta com médico.
Conforme o Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento, o número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil deverá crescer muito mais rápido do que a media internacional.  (Shutterstock/Reprodução)
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Há poucos dias, o jornal francês “Le Monde” lançou um alerta na capa que mobilizou o país. “Não envelhecemos bem na França”, afirmava o título do famoso diário. De acordo com a pesquisa publicada no jornal, se os hospitais públicos atravessam uma crise sem precedentes, ela é ainda maior na geriatria, tanto em recursos financeiros como humanos.

Segundo o jornal, os últimos meses, desde o surgimento da Covid-19, também foram marcados por uma explosão de casos de doenças crônicas, especialmente entre o público com mais de 75 anos. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde francês, cerca de 85% dos idosos que vivem em asilos perderam a autonomia. Trata-se de um número significativo em um país cuja população é cada vez mais velha. Se hoje o país tem 2,5 milhões de idosos sem autonomia, esse número chegará à marca de 4 milhões em 2050. 

No Brasil não é muito diferente. Segundo o IBGE, a população total do país foi estimada em 212,7 milhões em 2021, o que representa um aumento de 7,6% ante 2012. Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.

Conforme o Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento, o número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil deverá crescer muito mais rápido do que a média internacional. Enquanto a quantidade de idosos vai duplicar no mundo até o ano de 2050, ela quase triplicará em nosso país.

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Sem dúvida, trata-se do grupo que sofreu mais fortemente o impacto da Covid-19 no Brasil, tanto sob a ótica física quanto emocional. Exames foram cancelados ou adiados, a rotina de exercícios físicos foi alterada, a qualidade da alimentação cotidiana caiu e o consumo de álcool e ansiolítico aumentou, para dar conta da ansiedade e da depressão. A pesada conta deste estilo de vida desregrado começa a se apresentar agora. Tudo isso se confirmou nos atendimentos que fizemos aos clientes em nossas clínicas nos últimos meses: 78% convivem com alto nível de estresse, 65% são sedentários, 63% têm sobrepeso, 22% são hipertensos e 20% são obesos.

Para cada ano vivido pela humanidade, o homem ganha três meses em expectativa de vida. Brevemente, seremos centenários! Muitos idosos se cuidam. Não são raros os casos que chegam às nossas clínicas e apresentam em seus exames resultados melhores do que os de indivíduos mais jovens, que muitas vezes são hipertensos, sedentários, diabéticos e obesos.

Porém, o que precisa ser elucidado é que a experiência de uma terceira idade com saúde começa muito antes do passar dos anos. De maneira geral, o quadro clínico que os clientes apresentam depois dos 65 anos é o resultado de escolhas que começaram na vida adulta. Adotar um estilo de vida saudável o quanto antes é a maneira mais segura de se manter distante de doenças crônicas como obesidade, diabetes e males cardíacos ou pulmonares. 

Observamos também que a nova geração de idosos está aproveitando para conquistar a vida com mais saúde. Essa parcela da população está mais ativa e adotou novos hábitos porque quer viver mais e melhor. Além disso, muitos ainda têm energia para o trabalho.

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Ter uma noite reparadora de sono, praticar atividades físicas regularmente, controlar o peso, ter uma alimentação balanceada, não fumar, evitar o excesso de sal e de bebidas alcoólicas, gerenciar o estresse e controlar a pressão arterial e realizar periodicamente o check-up médico são a “vacina” para garantir longevidade com autonomia.

Saúde é prevenção!

Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de quatro livros: Como se tornar um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (editora Rocco), Emoções e saúde (editora Rocco) e Saúde é Prevenção (editora Rocco), com o médico Galileu Assis, diretor da Med Rio Check-Up.

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