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Gilberto Ururahy

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Especialista em medicina preventiva

Colonoscopia: indicação do exame é reduzida para pacientes de 45 anos

Associação americana recomenda realização mais cedo do exame para pessoas com risco médio de câncer

Por Gilberto Ururahy
3 Maio 2023, 10h18
Simulação em arte do intestino sobre o corpo de uma mulher.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer colorretal ou de intestino é o terceiro tipo de tumor mais comum no Brasil. (Shutterstock/Reprodução)
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A realização de alguns exames de saúde geralmente aparece atrelada à idade do paciente e ao aumento do risco do surgimento de doenças. É comum que a colonoscopia, por exemplo, seja recomendada para pessoas a partir de 50 anos. No entanto, uma nova diretriz da American Cancer Society sugere que pacientes que tenham risco médio para câncer colorretal iniciem os exames preventivos aos 45 anos.

Essa pequena alteração, afirmam, seria valiosa na detecção precoce deste tipo de tumor. Segundo a entidade, a proporção de casos de câncer colorretal entre adultos com menos de 55 anos praticamente dobrou em 25 anos: aumentou de 11% em 1995 para 20% em 2019.

São considerados de risco médio para câncer colorretal os indivíduos que tenham histórico de incidência de pólipos, de doença inflamatória intestinal, síndrome de câncer colorretal hereditário confirmada ou suspeitas, Síndrome de Lynch ou tenha sido submetido a radiação no abdomem ou na área pélvica para tratamento de câncer.

Para pessoas que tenham algum parente de primeiro grau com histórico de câncer no intestino, a triagem deve começar aos 40 anos ou dez anos antes da idade do parente mais novo que teve a doença. Se o pai ou a mãe recebeu o diagnóstico da doença aos 40, o filho deve começar os exames de rastreamento aos 30 anos, por exemplo.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer colorretal ou de intestino é o terceiro tipo de tumor mais comum no Brasil, atrás apenas de próstata e mama, sendo o que é mais perigoso, em pacientes cada vez mais jovens. Nas clínicas da Med Rio também constatamos a mesma tendência.

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Segundo pesquisa das Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), o número de internações por câncer de intestino (colorretal) aumentou 64% nos últimos dez anos. Foram mais de 650 mil hospitalizações para o tratamento da doença pelo SUS, entre 2012 e 2021. Somente em 2021, foram registradas mais de 19 mil mortes por câncer do cólon, da junção retossigmoide e do reto, alta de 40% em relação a 2012.

O cenário para os próximos anos, infelizmente, não é nada favorável. De acordo com o documento “Estimativa 2023 – Incidência de câncer no Brasil”, do INCA, o Brasil deve registrar cerca de 700 mil novos casos de câncer por ano, entre 2023 e 2025. Ou seja, mais de dois milhões de brasileiros serão diagnosticados com um novo tumor no próximo triênio. Apenas de intestino, serão mais de 45 mil casos nos próximos dois anos.

Entre as principais causas para esse aumento da doença estão má alimentação e maus hábitos de vida. A ciência já mapeou que 14 tipos de cânceres estão diretamente vinculados ao estilo de vida pouco saudável – dentre eles o câncer de intestino –, incluindo consumo excessivo de bebida alcoólica e de alimentos ultraprocessados, baixa ingestão de fibras e líquidos, sedentarismo, tabagismo e poucas horas de sono, incapazes de fortalecer o sistema imunológico.

A antecipação etária da realização de exames é de grande valia para o diagnóstico precoce, aliado fundamental no tratamento e potencial cura de qualquer câncer. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 90% dos tumores têm cura, desde que diagnosticados precocemente.

Saúde é prevenção!

Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, desenvolveu a Med Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França, Conselheiro estratégico da ABRH-Brasil e autor de quatro livros: Como se tornar um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (editora Rocco), Emoções e saúde (editora Rocco) e Saúde é Prevenção (editora Rocco), com o médico Galileu Assis, diretor da Med Rio Check-up.

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