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Fabio Szwarcwald

Por Fabio Szwarcwald, colecionador de arte e gestor cultural Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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Como começar uma coleção de arte?

Com a proximidade de mais uma edição da ArtRio, a coluna reúne orientações importantes para a prática do colecionismo

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Atualizado em 8 ago 2023, 17h12 - Publicado em 8 ago 2023, 16h44
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 (Foto: Jessica Leone/Divulgação)
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Com a proximidade da ArtRio, que leva milhares de pessoas à Marina da Glória, o colecionismo entra em pauta e atrai a curiosidade de muita gente. Além do prazer imenso gerado pelo convívio com as obras, o colecionismo pode ser uma estratégia interessante de investimento financeiro a médio e longo prazo.

Com frequência me perguntam a respeito, as pessoas querem saber como iniciei minha coleção e que cuidados devem tomar ao adquirir um trabalho. Como avaliar uma obra? Em que artistas apostar? Deve-se focar num único suporte, período ou estilo? Quais as medidas de conservação? Enfim, são muitas as dúvidas.

Há mais de 20 anos, quando comprei meu apartamento, veio o interesse em investir em arte. Os primeiros trabalhos a ocupar as paredes foram uma fotografia do Miguel Rio Branco e quatro pinturas de artistas que sigo admirando muito: Amílcar de Castro, Daniel Senise, Eduardo Sued e Cabelo.

A partir daí, foi caminho sem volta. O convívio com as obras é garantia de riqueza simbólica: a arte nos tira do lugar comum, subverte o olhar e suscita questionamentos e reflexões que se renovam a cada mirada.

Tomei gosto e passei a frequentar o circuito de museus, feiras e galerias, sempre de radar ligado. Eu diria que esse é, de fato, o primeiro passo: informação. Quem quer colecionar arte deve estudar. Pesquisar sobre os diversos movimentos artísticos, ler história da arte, visitar exposições, investigar a trajetória de artistas consagrados e conversar com curadores e galeristas. Se tiver a oportunidade de visitar o ateliê de um artista que te agrada, não deixe passar. Fará toda diferença. Essa imersão é que vai, gradativamente, apurando o seu olhar e definindo seus interesses.

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Há muitas opções de cursos teóricos de qualidade. Recomendo sempre os da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, mas existem também as plataformas online pra quem vive fora do eixo Rio-São Paulo.

As feiras, por concentrarem um grande número de galerias, são essenciais nesse processo. São ótimos locais pra se formar repertório. É onde os mercados primário e secundário convergem, e onde se tem a oportunidade de conversar pessoalmente com artistas conceituados ou da nova geração. É lá que você terá também a possibilidade de, num curto espaço de tempo, apurar preços e avaliar sua possibilidade de compra.

Outro ponto que considero relevante, para começar uma coleção, é comprar o que você gosta. Se a obra não te suscita bons afetos, melhor não adquirir. Você vai conviver com ela e o prazer da contemplação deve ser um critério. Ainda que seja aquele artista revelação, com os indicadores apontando para a valorização de mercado, recomendo que, de início, compre apenas se gostar.

Uma oportunidade interessante são os clubes de colecionismo. Muitos, inclusive, são disponibilizados nas feiras. Nesse formato, em que se paga um valor fechado por um determinado conjunto de obras, é possível comprar artistas consagrados a preços interessantes. E a seleção passa sempre pelo crivo de uma curadoria especializada, o que, em certa medida, garante um bom negócio.

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Quem quer começar a colecionar, mas tem limitação de recursos, deve direcionar a atenção para a nova geração. Pesquise, busque informações consolidadas e fique atento à cena emergente. É possível comprar trabalhos de jovens artistas promissores que sequer têm representação em galeria. É também uma forma de apoiar a produção de quem está despontando.

Mais uma orientação essencial: o certificado de autenticidade. Ao adquirir um trabalho, exija este documento que traz informações como título, ano de produção, técnica e registro fotográfico. Falsificações no mercado de arte não são incomuns.

Em resumo, a dica de ouro para minimizar a chance de erro é: não compre por impulso. Nesse sentido, a locação de obras de arte é uma boa experiência. Recentemente, a minha sócia Tatiana Zukerman e eu fundamos a Renttartt, primeira plataforma brasileira do segmento. Comum nos Estados Unidos e na Europa, o projeto abre o mercado interno para a locação de trabalhos a preços acessíveis. Desta forma, é possível alugar obras de artistas supervalorizados e conviver com elas antes de investir altas cifras numa aquisição definitiva. O portfólio inclui peças em diferentes suportes de nomes como Anna Bella Geiger, Carlos Vergara, Denilson Baniwa, Jose Bechara, Luiz Zerbini, Marcos Chaves, Maxwell Alexandre e Vicente de Mello. E, ao final do contrato, há a opção de compra dos trabalhos alugados através de um leasing.

No mais, o que posso dizer é que uma boa avaliação pressupõe conhecimento apurado e sempre vale considerar a contratação de um consultor profissional.

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