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Psiquiatra infantil
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Trends que matam: desafios perigosos em rede social exigem pais alertas

Aplicativo Discord virou um ambiente de viralizar desafios que põem em risco a saúde e a vida de crianças

Por Fábio_Barbirato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 Maio 2023, 12h05 - Publicado em 8 Maio 2023, 12h04

Jovens vivem de modismo. Quando os adultos estão postando no Instagram, eles estão se divertindo no TikTok. Enquanto os pais se comunicam pelo WhatsApp, os mais novos trocam conteúdos pelo Discord. O aplicativo de mensagens que muitos adultos sequer conhecem, se tornou um território sem lei para troca de vídeos ao vivo e conversas sobre pedofilia, crueldade com animais, automutilação e desafios que põem em risco a saúde e a vida de crianças e adolescentes. 

Entre os desafios mais perigosos que circulam atualmente em redes estão coisas chocantes, como enforcar-se com transmissão ao vivo (“Desafio do Apagão”), fumar haste flexível (“Trend do Cotonete”), inalar corretivo líquido (“Trend da Euphoria”), introduzir moedas em tomadas (“Desafio da tomada/ moeda”), dar uma rasteira em alguém durante um salto (“Desafio do Quebra-Crânio”) e uma competição de quem consegue inalar aerossol por mais tempo (“Desafio do Desodorante”).

O “Desafio do Apagão”, que leva os usuários a se sufocarem por alguns segundos, foi responsável por cinco mortes de adolescentes, entre 13 e 14 anos e 15 mortes de crianças, com 12 anos ou menos, nos Estados Unidos, de acordo com relatório feito pela revista norte-americana Bloomberg Businessweek, em novembro de 2022. Por aqui, o desafio também conhecido como Blackout Challenge virou uma triste moda, que já fez vítimas no Brasil e na Argentina.

Comportamentos que já se tornam comuns em escolas, como inalar corretivo, cola, giz ou tragar cotonete traz implicações graves ao organismo, com consequências ao funcionamento do fígado, medula, rins e sistema nervoso central, podendo levar ao quadro de insuficiência respiratória ou até a óbito.

Aos nossos olhos, de adultos, é evidente a aberração desses desafios, porém, para os jovens, há uma perversa busca de popularidade ao chocar e impressionar seus pares. O que eles não conseguem enxergar é o risco a que estão se impondo.

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O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) acaba de lançar uma campanha que deveria ser mais conhecida, dada a sua utilidade pública. Intitulado de “Trends que Matam”, a campanha alerta sobre o perigo que as “trends”, desafios divulgados nas redes sociais, trazem para a saúde e integridade física dos participantes, principalmente crianças e adolescentes. O objetivo dos Bombeiros é chamar a atenção de pais e responsáveis sobre a gravidade destes desafios que ganham cada vez mais popularidade nas redes sociais. 

Por tudo isso, o monitoramento e atenção dos pais ao conteúdo consumido pelos filhos se torna cada vez mais uma questão central. Os adultos tem que ter acesso ao que os filhos estão assistindo e compartilhando nas redes sociais. Nenhum pai deixa o filho sozinho em uma praça pública. Pois bem, a internet não é muito diferente de uma praça pública, com os menores expostos a todo tipo de violência. Cabe aos pais, portanto, conversar com os filhos e guia-los ao uso saudável da internet e das redes sociais.

Fabio Barbirato é psiquiatra pela ABP/CFM e responsável pelo Setor de Psiquiatria Infantil do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa do Rio. Como professor, dá aulas na pós-graduação em Medicina e Psicologia da PUC-Rio. É autor dos livros “A mente do seu filho” e “O menino que nunca sorriu & outras histórias”. Foi um dos apresentadores do quadro “Eu amo quem sou”, sobre bullying, no “Fantástico” (TV Globo).

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