Crianças e jovens têm necessidades para o seu desenvolvimento e saúde mental que sequer conhecem. Eles precisam ser protegidos, orientados e supervisionados para se sentirem suficientemente seguros e fortalecidos para seguirem adiante. Não se trata de superproteção, mas sim responsabilidade.

Neste final de 2021 e começo de 2022, listo algumas pequenas ações que podem fazer toda a diferença no ano do seu filho. São atitudes simples, mas que, a longo prazo, podem impactar por toda a vida deles.

1 – Qualidade é mais importante que tempo: Muitos pais se orgulham do número de horas passadas ao lado dos filhos. No entanto, mais importante que a quantidade, é qualidade. Se a maior parte do tempo ao seu lado a criança passou ao celular, do que adianta? Valorize o tempo ao lado de seu filho.

2 – Faça ao menos uma refeição por dia com seu filho: Pesquisas mostram que pais que participam e convivem com filhos diminuem significativamente a chance de eles se tornaram usuários de drogas. Uma simples refeição à mesa reunindo a família reduz em até 90% esse risco.

3 – Acompanhe de perto o desempenho escolar do seu filho: O ano de 2022 promete ser bastante significativo para as crianças. Depois de meses sem frequentar a escola ou tendo aulas em formato híbrido, o primeiro semestre do próximo ano é aquele em que crianças e adolescentes devem voltar a frequentar as salas de aula de forma presencial, em caráter definitivo, inclusive nas universidades, que mantiveram as classes online até o final de 2021. A volta ao ambiente acadêmico fará toda a diferença na dinâmica social e de aprendizado deles. Fique atento a como seu filho está lidando com esta retomada, se ele está plenamente adaptado ou se está com alguma resistência. Depois de tantos meses em casa, a supervisão dos pais nesta fase é fundamental.

4 – Bom senso é o segredo: Não existe fórmula, bula, receita para ser um bom pai ou mãe. Se houvesse, ninguém erraria na educação dos filhos. Mas existe sim uma série de referências de boas práticas, do que é ou não é saudável para o desenvolvimento do filho. Aliado a isso, defendo sempre o bom senso dos pais. Pense, avalie, troque ideias com o parceiro ou parceira. Tomas decisões em conjunto, respeitando o bom senso, é um bom caminho.

5 – Confie no seu filho: Filho é amigo, não é colega. Há uma hierarquia de respeito e obediência nesta relação. No entanto, todo mundo gosta de se sentir ouvido e respeitado. Com as crianças e jovens não é diferente. Confie no seu filho. Acredite na educação ética e moral que você transmitiu a ele. Só postos à prova é que os filhos tem a oportunidade de mostrar quem são e o que de fato aprenderam em casa. Talvez você se decepcione em algum momento. Mas eu garanto: você também vai ter boas surpresas!

Feliz 2022 para todas as famílias!

Fabio Barbirato é psiquiatra pela ABP/CFM e responsável pelo Setor de Psiquiatria Infantil do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa do Rio. Como professor, dá aulas na pós-graduação em Medicina e Psicologia da PUC-Rio. É autor dos livros “A mente do seu filho” e “O menino que nunca sorriu & outras histórias”. Foi um dos apresentadores do quadro “Eu amo quem sou”, sobre bullying, no “Fantástico” (TV Globo).

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