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Fabiano Serfaty

Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD. Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.

UM POUCO DE “MITOLOGIA” EM HIPERTENSÃO ARTERIAL

A hipertensão arterial é o motivo que mais frequentemente leva os pacientes ao consultório do cardiologista. Impressionante como mesmo em tempos de informação disseminada na internet, alguns mitos em relação à doença continuam arraigados, prejudicando o controle da doença e expondo os pacientes a riscos desnecessários. Vamos examinar alguns deles, da forma como são expressos […]

Por fernanda
Atualizado em 25 fev 2017, 18h42 - Publicado em 14 abr 2014, 14h30

A hipertensão arterial é o motivo que mais frequentemente leva os pacientes ao consultório do cardiologista. Impressionante como mesmo em tempos de informação disseminada na internet, alguns mitos em relação à doença continuam arraigados, prejudicando o controle da doença e expondo os pacientes a riscos desnecessários. Vamos examinar alguns deles, da forma como são expressos pelos pacientes:

1. “- Sei que minha pressão está alta porque começo a sentir dor de cabeça”… Ou uma variante desta mesma afirmação: “- Como eu posso ter pressão alta se não sinto nada?”. Ou ainda esta: “- Como eu não sentia mais nada parei de tomar os remédios”…

Comumente chamada de “a assassina silenciosa”, a hipertensão arterial não provoca sintomas. A dor de qualquer natureza é capaz de provocar aumento reflexo da pressão arterial, induzindo o paciente a associar erroneamente uma dor, principalmente na cabeça ou na nuca, ao aumento da pressão.

2. “- Doutor, minha pressão ficou controlada com seus remédios, mas eu diminuí a medicação porque fiquei com medo que ela caísse mais”…

Não, ela não cai indefinidamente! O uso de medicamentos para baixar a pressão arterial é contínuo e o cardiologista saberá escolher a dose correta.

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3. “ – Nos fins de semana eu paro a medicação pra poder tomar um chopinho”…

Este é um erro muito frequente e expõe o paciente a riscos. Álcool e medicamentos hipotensores não são incompatíveis. Entretanto é bom lembrar que o consumo diário de bebidas alcoólicas acima de certa quantidade (Duas taças de vinho, por exemplo) pode aumentar a pressão em pacientes predispostos.

4. “- Fiquei apavorado(a) porque minha pressão estava convergente e fui parar no pronto-socorro”…

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Na maioria das vezes, a tal “pressão convergente” nada mais é que dificuldade auscultatória em relação à pressão diastólica (mínima). Esta entidade não tem significado clínico, exceto em algumas situações de colapso circulatório que nada têm a ver com hipertensão.

5. -“Doutor, este remédio que o Sr me passou diminuiu minha potência! Na bula está escrito que isto pode acontecer”!

Muita coisa tem de ser escrita na bula para que um medicamento possa ser comercializado, mesmo quando alguns efeitos adversos são raros. Um dos maiores fatores de risco para disfunção erétil (impotência) é precisamente a hipertensão arterial. Os remédios modernos são em geral muito bem tolerados e podem associar-se até a melhora no desempenho sexual graças ao controle persistente da pressão arterial.


Sérgio Emanuel Kaiser
Mestre em Cardiologia
Doutor em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Professor Adjunto de Medicina Interna da UERJ
Fellow da International Academy of Cardiovascular Sciences
Fellow do American College of Cardiology

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