Imagem Blog

Fabiano Serfaty

Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD. Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
Continua após publicidade

Por que você não deve ignorar a síndrome do ovário policístico

A ginecologista e obstetra Eliane Chaves esclarece dez pontos importantes sobre o distúrbio, que dificulta a gravidez e traz problemas à pele

Por Eliane Chaves
Atualizado em 20 jul 2017, 16h41 - Publicado em 20 jul 2017, 16h35
Síndrome do Ovário Policístico (SOP): recorrente e pode ser bem acompanhada (Divulgação/Divulgação)
Continua após publicidade

Muitas mulheres têm e sequer sabem reconhecer seus sintomas. A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é caracterizada por um conjunto de manifestações que pode envolver sinais como obesidade, acne, aparecimento de pêlos no corpo, irregularidade menstrual. É importante saber reconhecê-la e tratá-la até para fins de gravidez (uma vez que afeta a fertilidade). Para falar sobre o assunto, a médica ginecologista e obstetra Eliane Chaves responde a dez tópicos fundamentais abaixo:

Fabiano –  Quais são os sintomas do ovário policístico?

Eliane – Normalmente são as alterações menstruais, ciclos curtos, menstruações até duas vezes ao ano, ou a cada 2 ou 3 meses ou ciclos irregulares, acne, aumento de pêlos, às vêzes secreção mamária e, junto com esta síndrome, o que observamos é que a obesidade é um sintoma frequente. O que ainda nos resta dúvida, por vezes, é se são as manifestações da síndrome que levam à obesidade ou o contrário .

Fabiano – Existe algum tipo de características de ovários policísticos?

Eliane – Menstruações espaçadas, ciclos irregulares. Mulheres com o distúrbio às vezes não têm sintoma específico, neste momento observamos. Ela terá maior relevância de acordo com a fase de vida dela, então devemos respeitar quando for tratar. Os sintomas que destacam, nesta síndrome, iniciam na puberdade até a menopausa.

Fabiano – Como é o diagnóstico da síndrome?

Eliane –  Às vezes, a ultrassonografia é o método mais comum, onde mostra o volume do ovário e o aspecto dos cistos. Importante dizer que o ovário normal tem o volume entre 9 a 10 cm³. No caso da síndrome, o volume pode chegar até 20cm³. Além disso, tem uma aparência espessada, de uma capa branca, que é semelhante à albugínia que envolve o testículo, por isto se diz que ela é mais androgênica. Um detalhe na ultrassonografia, o aspecto típico da SOP é que os cistos se organizam em volta da periferia do ovário, como se fosse um colar. Até 12 folículos considera -se normal. Acima, já consideramos a possibilidade do distúrbio.

ovário policístico
(Reprodução/Reprodução)

Fabiano – Qual seria a diferença de cisto de ovário e de ovário policístico?

Eliane – A grande diferença é que o cisto é único, a paciente pode ter um distúrbio hormonal . O ovário policístico tem vários pequenos cistos que são chamados de policísticos. Por isso, é importante não confundir com aquelas que fazem estímulo hormonal para engravidar e apresentam vários cistos.

Continua após a publicidade

Fabiano – Qual o desequilíbrio hormonal que pode ter uma mulher com ovário policístico? Ela produz mais testosterona?

Eliane – Algumas mulheres produzem fisiologicamente os hormônios masculinos. No organismo feminino, uma das funções dos andrógenos é aumentar a libido. O principal problema é que este desequilíbrio hormonal está relacionado com a ovulação, e a testosterona interfere neste mecanismo, aumenta a possibilidade da existência de cistos, o que impede a ação dos hormônios do ovário e, portanto, a ovulação. Mas é se importante dizer que a função dos andrógenos é aumentar a libido naturalmente. E quando há o desequilíbrio, a testosterona interferindo no mecanismo da ovulação, há alteração também na fertilidade.

Fabiano – O aparecimento da acne é muito comum neste tipo de síndrome ?

Eliane – Sim, porque o androgênio,atua no sistema pilo- sebáceo e com isto aumenta produção de pelos e de material oleoso pelas glândulas sebáceas, que facilita as infecções características da acne.

Fabiano – Qual o tratamento ?

Eliane – Depende da fase de vida da paciente. O mais importante é o sintoma que ela refere. Como se trata de uma doença crônica, não há cura. O que vai perturbar a adolescente é a acne, a obesidade e as irregularidades menstruais. Por exemplo: ela tenta emagrecer e não consegue. Ao conseguir perder peso, ela tem uma reversão do quadro. Fazíamos cunha nos ovários ou cauterização nos ovários, perda de peso e equilíbrio hormonal.

Fabiano – Por que a mulher com SOP é infértil?

Eliane –  Em resumo, a testosterona resulta num defeito na ação dos hormônios do ovário, o que impede a ovulação.

Continua após a publicidade

Fabiano – Como as mulheres que têm a síndrome chegam à menopausa ?

Eliane – Em consequência ao aumento do peso, elas podem apresentar distúrbios cardiovasculares, hipertensão, podem desenvolver diabetes tipo 2, no entanto existe tratamento específico para cada uma destas doenças. E costumam responder bem aos esquemas terapêuticos.

Fabiano – Algum conselho a dar?

Eliane – É importante cuidar da alimentação, evitar o aumento desordenado de peso, manter os hormônios regularizados, observar com cuidado, sobretuso, a época em que desejam engravidar.

eliane
(Arquivo pessoal/Divulgação)

Eliane Chaves é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade de Ginecologia do Rio de Janeiro (SGORJ) e da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Ex-professora de ginecologia e de anatomia da faculdade de medicina da Universidade Severino Sombra (USS), em Vassouras, é ainda pós-graduada em ginecologia endocrina e possui título em especialista em anticoncepcional.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.