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Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD.
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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O impacto da obesidade e da deficiência de testosterona na saúde

Estudo americano aponta a importância de atentar-se à relação entre esses dois fatores a fim de evitar o aumento do risco de mortalidade

Por Fabiano Serfaty
Atualizado em 13 mar 2018, 22h09 - Publicado em 13 mar 2018, 22h06
Obesidade abdominal: aumento do risco de mortalidade em homens (Raquel Espírito Santo/Acervo Abril/Divulgação)

Considerada uma alarmante epidemia da saúde pública global, sempre em expansão, a obesidade está associada a alterações metabólicas, às doenças cardiovasculares, ao câncer e, consequentemente, ao aumento considerável e generalizado da mortalidade. O mesmo acontece com os níveis reduzidos de testosterona nos homens. Explico: o principal hormônio masculino está relacionado a uma série de efeitos fisiológicos, como função sexual, cognitiva, desenvolvimento e força muscular, desempenho físico e ganho de massa corporal magra.

Ocorre que os dois fatores estão intrinsecamente ligados entre si. Sabe por quê? Há uma relação inversa conhecida entre os níveis elevados de testosterona e a gordura corporal (medida pelo índice de massa corporal ≥ 30 kg / m2, circunferência da cintura ≥102 cm, percentual de gordura corporal ≥25% ou aumento do tecido adiposo), que demonstrou ser consistente em estudos importantes da medicina. Tal relação é bidirecional, ou seja, níveis baixos de testosterona aumentam o risco da elevação da gordura corporal, ao passo que o aumento da gordura corporal pode reduzir os níveis de testosterona.

Por que os especialistas da área estão preocupados com isso? Na última década, 38,7% dos homens com mais de 45 anos demonstraram níveis baixos de testosterona (leia-se deficiência do hormônio). Isso significa um resultado no exame denominado “Testosterona total” igual ou inferior a 350 ng /dL.

Não por acaso, o assunto chamou a atenção de pesquisadores dos Estados Unidos. Por lá, foi investigado se a co-ocorrência fomada pela tríade deficiência de testosterona, obesidade geral (IMC ≥ 30 kg / m2) e obesidade abdominal (circunferência da cintura ≥102 cm) está associada a um risco aumentado de mortalidade (conhecido no jargão médico como “mortalidade por todas as causas”) em uma amostra representativa de homens americanos.

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Publicado no Clinical Endocrinology, o estudo foi realizado em 948 homens com idade acima de 20 anos e avaliou o impacto da presença concomitante dos três fatores. O resultado? A análise da pesquisa verificou um risco aumentado de morte de 2,6 vezes entre os homens com deficiência de testosterona em comparação àqueles que não apresentavam o problema. Esses resultados reiteram a observação de que a deficiência do hormônio nos homens está diretamente associada ao aumento da mortalidade, com o adendo de que, havendo ainda a obesidade concentrada na região abdominal, o risco torna-se consideravelmente maior. Portanto, fique atento e procure um endocrinologista para te acompanhar, sobretudo no quesito hormonal e de alimentação, e verificar os níveis periodicamente.

Fonte:

Double trouble: Co-occurrence of testosterone deficiency and body fatness associated with all-cause mortality in US men. D.S. Lopez,X. Qiu,S. Advani,K.K. Tsilidis,M. Khera,J. Kim,A. Morgentaler,R. Wang,S. Canfield. Clinical endocrinology Volume 88, Issue 1 January 2018 ,Pages 58–65; 10.1111/cen.13501

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