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Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD.
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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A diferença entre a movimentação e o exercício físico

Saber diferenciá-los é fundamental para prevenir doenças cardíacas como a obstrução das artérias coronárias por placas de gordura

Por Carlos Scherr
Atualizado em 16 ago 2017, 18h44 - Publicado em 16 ago 2017, 18h42

A obstrução das artérias coronárias por placas de gordura é a doença que mais mata no mundo, alternando-se com o AVC em algumas regiões.

Esta é causada, na maioria das vezes, pela presença de colesterol alto, pressão alta, diabetes, obesidade, sedentarismo e tabagismo. Pode ser por um destes motivos ou pela combinação de alguns deles ou de todos, o que é pior ainda. Não há dúvida que um estilo de vida rico em maus hábitos contribui fortemente para isso, mesmo para aqueles que têm fatores genéticos ou familiares que não são passiveis de modificação.

Para piorar este quadro esta doença pode ser traiçoeira, sabe por quê? Pode chegar totalmente silenciosa. Uma pessoa pode ter pressão alta e não sentir nada, bem como ter obstrução nas coronárias sem qualquer sinal. Quase 50% dos pacientes com obstrução de coronárias têm como primeiro sintoma a morte súbita, sem tempo de receber o socorro necessário.
Como reverter este pavoroso cenário? Prevenção sempre!

Quando se pensa em prevenção, fica na cabeça de algumas pessoas a ideia de que para não se ter doença é preciso deixar de lado todas as coisas boas da vida. Puro mito.

Um dos quesitos fundamentais para uma vida saudável é a atividade física regular. No entanto, um ponto é fundamental: não se deve confundir exercício com movimentação. Parece confuso? Explico melhor! Quando uma pessoa diz: “eu não fico parada/o, pois vou ao banco, faço compras, passeio com o cachorro”, estamos falando de movimento e, não, de exercício. É claro que, nesse caso, trata-se de alguém ativo, mas não praticante de atividade física regular.

Ocorre que, na prática, o exercício tem uma fase inicial de aquecimento, seguida da atividade propriamente dita e finalizada por um período de desaquecimento do corpo. Tudo isso em um intervalo de tempo pré-determinado. É necessário exercitar-se na maioria dos dias da semana de forma regular – e não irregular ou esporádica – com uma duração mínima de 40 minutos.

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Este bom hábito pode beneficiar de várias formas nossas vidas, sobretudo quando implementado desde a infância. Exercícios de fim de semana ou – eventuais – e por vezes com carga pesada podem trazer mais danos que benefícios.

Só para dimensionar tais benefícios, vejam: tenho um estudo já apresentado no congresso do American College of Cardiology que compara adolescentes atletas com estudantes da mesma faixa etária, sendo esse último grupo composto de jovens sedentários. Resultado? Os primeiros exibem menor índice de pressão alta e obesidade em relação à segunda turma.
Ainda neste mesmo estudo, constatamos que mais responsáveis pelos alunos atletas fazem atividade física regular do que aqueles que respondem pelos sedentários. O que isso significa? De certa forma, isto pode mostrar a relação direta entre a boa influência dos responsáveis que têm o hábito do exercício regular sob estes atletas.

Em outras palavras, estamos falando que provavelmente o exemplo, o estímulo e mesmo a inspiração para o gosto da atividade física veio deles.

Recentes estudos apontam ainda que aqueles que fazem mais exercício beneficiam-se mais ainda da prevenção, palavra-chave da medicina do século (vale lembrar que hoje nossos esforços são no sentido de evitar a doença). Não quero dizer com isto que as pessoas devam todas ser atletas de competição para prevenir doenças cardíacas, mas sim que é fundamental a prática regular da atividade física.

Uma publicação recente mostrou ainda resultados interessantes sobre o tema. Aqueles que praticam exercícios mais intensos, a exemplos de HIIT (High Intensity Interval Training), apresentaram mais cálcio e gordura nas coronárias, no entanto estas placas, como chamamos, são mais estáveis e exibem menos possibilidades de levar a um infarto.

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Portanto, mesmo tendo a doença presente, ela poderá se beneficiar do exercício e permitir uma vida normal para a pessoa.

Com este breve relato, sugiro o início de exercícios regulares para todas as pessoas, de qualquer idade, o mais cedo possível na vida, de preferência de cinco a seis vezes na semana, com duração de pelos 40 minutos, e na intensidade que a capacidade física de cada um permitir. O importante, lembre-se, é exercitar-se, e não apenas movimentar-se!

Carlos Scherr (Acervo Pessoal/Divulgação)

Carlos Scherr é Mestre em cardiologia pela UFF; Doutor em ciências cardiovasculares pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Pós-doutorando em cardiologia na UERJ, Fellow of the American College of Cardiology

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