Fabiane Pereira | VEJA RIO

Caetano Veloso postou semana passada em suas redes sociais sobre Salvador Sobral: “Pra mim, um dos maiores cantores que existem.” Eu não precisaria falar mais nada depois desse depoimento, mas como conheço pessoalmente o músico português e já o entrevistei, venho através desta endossar Caetano.

Conheci Salvador quando morei em Lisboa. Nesta mesma época, ele venceu o Festival Eurovisão da Canção (2017) e se tornou um fenômeno musical na terrinha. Ao vê-lo na TV portuguesa, num desses programas que são exibidos pela manhã, me encantei ao ouvi-lo dizer que sua grande inspiração era a música popular brasileira.

Nossas novelas ajudaram a exportar a música brasileira, especialmente para Portugal. As trilhas sonoras tornaram nosso cancioneiro conhecido e admirado por lá. Mas não só elas. Nossa música, há décadas, influencia artistas de diferentes gerações espalhados pelo mundo. Em 2021, produzi uma websérie no meu canal no Youtube chamada “Ponte Aérea: Sons Lusófonos”, em que entrevistei artistas de várias gerações, e todos afirmaram que foram influenciados pela nossa música, inclusive Salvador Sobral.

“Quem me conhece sabe o quão importante é, para mim, poder cantar no Brasil, uma vez que a música brasileira é a mais importante na minha construção enquanto intérprete”. Foi assim que Salvador anunciou, em seu Instagram, sua primeira turnê pelo Brasil. Ele vai se apresentar nesta quinta, no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro; dia 11, no Teatro Vermelhos, em Ilhabela – com renda revertida para as vítimas das chuvas na região; e dia 12, no Sesc Pinheiros, em São Paulo (este show já está esgotado).

Para esta série de três shows, Salvador preparou um repertório especial, em que faz um apanhado de temas lançados nos seus três álbuns. Amar Pelos Dois, música que deu a ele o primeiro lugar no Festival da Canção, estará no repertório. A letra é de sua irmã, a também talentosa Luísa Sobral e esta faixa é uma das mais ouvidas no mundo, com quase 30M de reproduções apenas no Spotify. No palco, o artista será acompanhado por André Santos, na guitarra, e Max Agnas, no piano.

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É a primeira vez que Salvador se apresentará no Brasil. Tradicionalmente exportamos muito nossa música, mas não temos o hábito de consumir a música produzida em outros países, especialmente os de língua portuguesa. Sou uma amante da música lusófona e fã da sensibilidade de Salvador Sobral. Será um prazer vê-lo brilhar em solo carioca.