Rio, música, de janeiro a janeiro

“A vida não é só trabalhar. Tem que deixar um bom capítulo para as loucuras que cada um tem”. Pepe Mujica se foi, mas deixa um legado incrível e também muita sabedoria sobre como aproveitar nossa existência. Com sua partida, parei para pensar no por quê moro no Rio. Nasci em Volta Redonda e escolhi vir para cá ainda criança com a certeza de que quando aqui chegasse, jamais sairia. Cheguei aos 17 anos para fazer faculdade e embora eu já tenha morado em outras cidades neste “mundão de meudeus”, foi para o Rio que eu sempre voltei. Talvez porque aqui eu consiga aproveitar minha existência da melhor forma, ou quem sabe é por causa do sol que nos brinda de janeiro a janeiro.

Não posso esquecer também da música, sempre ela. O Rio é uma cidade com vocação para a música e eu fiz da música meu ganha pão (ou quase isso). Se em janeiro vemos a proliferação das rodas de samba pelas ruas da cidade; em fevereiro, o Carnaval; em maio o “Todo Mundo no Rio” (evento criado pela prefeitura, com todo suporte do Dudu, que há dois anos movimenta a cidade e a torna notícia nos principais veículos de comunicação do planeta); em junho temos eventos de diferentes portes e segmentos que fomentam a música brasileira.

Pensando nisso, acho que já podemos eleger junho como o mês da música no Rio e eu não me refiro as aguardadas festas juninas (embora elas também façam parte disso). O mês começa dia 4 no Theatro Municipal, com pompa e circunstância, promovendo mais uma edição do Prêmio da Música Brasileira (que esse ano ganhou o naming right do BGT Pactual tornando-se Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira). Já nos dias 6, 7, 13 e 14 de junho, o carioca sobe o bondinho para curtir o Tim Music Noites Cariocas. Mart’nália, Samuel Rosa, Adriana Calcanhotto, Daniela Mercury e Monobloco são algumas das atrações que prometem agitar o evento que já faz parte do calendário festivo da cidade.

Para os amantes de teatro, do dia 5 ao dia 29 de junho, estará em cartaz no Teatro Multiplan, no VillageMall, o espetáculo “Djavan, o musical: Vidas pra contar”, que narra a trajetória e a obra de um dos maiores gênios da nossa música. Já o premiado e aclamadíssimo espetáculo “Rita Lee – uma autobiografia musical” finalmente chega ao Rio no dia 26 de junho para uma curta temporada (somente até o dia 03 de agosto). Estrelado por Mel Lisboa, a peça é baseada na autobiografia da cantora e revisita sua trajetória profissional e pessoal, incluindo sucessos e polêmicas.

Também em junho, a exposição “Cazuza Exagerado”, maior mostra em homenagem ao cantor e compositor carioca, fica em cartaz no terraço do Shopping Leblon a partir do dia 12. A expo ocupa nove salas com itens originais, projeções visuais, sonoras e mais.

Não posso me esquecer de dizer que nos cinemas, “Homem com H” é imperdível. O longa escrito e dirigido por Esmir Filho conta a vida de Ney Matogrosso e traz Jesuíta Barbosa como protagonista. Arte da mais alta patente.

Em julho tem o Festival de Inverno na Marina da Glória com shows para todos os gostos, mas sobre isso eu falarei em outra coluna.

A cidade onde a gente mora diz muito sobre quem a gente é. Então carioca, musique-se!

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