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Estou há horas pensando numa boa maneira de começar uma coluna que pretende exaltar a poesia e celebrar a vida de uma amiga fantástica, sem sucesso. Falta um dia pra outubro acabar e eu ainda estou em março. Mais especialmente no dia 4 de março, quando fui almoçar com Maria Rezende para dividir dores, traumas e sonhos. Não me recordo nem quando nem onde conheci Maria, só sei que faz muito tempo, mais de uma década, se bobear duas.
Maria está lançando seu sexto livro de poemas, SIM. SIM, palavra com três letras que traz em si todas as possibilidades do mundo. SIM reúne 46 poemas que passeiam por temas íntimos e universais. SIM exala coragem, empatia, perseverança, feminino, feminismo e gozo.
Há 20 anos, quando lançava seu livro de estreia, Maria recebeu elogios de Manoel de Barros. Fico imaginando os elogios que viriam do poeta após ler SIM, essa compilação de vida pessoal, profissional e social. Ao dizer suas poesias, Maria cria cenas de filmes, revela intimidades, constrange os mais puristas, desnuda corpos e perpetua a oralidade, essa arte tão nossa, tão simples e tão rebuscada.
SIM me atravessou em muitos momentos, especialmente ao me dar conta que criar arte é criar vida. Maria está grávida, aos quase 45 anos, de sua primeira filha. Luzia e SIM são projetos independentes, frutos do desejo e da capacidade de realização de uma artista e de uma mulher incrível que desde o dia que segurou minha mão, nunca mais a largou.
Maria, para você eu digo SIM sempre e pra sempre.
* A noite de autógrafos será dia 07 de novembro, às 19h, na Casa Camolese, no Jardim Botânico/RJ.
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