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Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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Reencontro aquecido com a vocação esportiva

Provas internacionais de skate, esporte eletrônico e ciclismo incrementam retomada dos grandes encontros na cidade e seus arredores

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Atualizado em 10 jul 2022, 17h57 - Publicado em 10 jul 2022, 17h45

O Rio reacende a alma sociocultural esvanecida na pandemia. Lindo como sempre, restitui o abraço aos grandes encontros orquestrados pela rima entre o verde e o azul.

Competições como a finalíssima global do skate; a estreia sul-americana do Mundial de counter-strike; e o Tour do Rio, principal disputa latino-americana de ciclismo, embalam o reencontro da cidade, e seus arredores, com a vocação esportiva. Incrementado no segundo semestre, o repertório de provas revigora a economia, a cultura e a autoestima cariocas.

Os tira-teimas do skate e do esporte eletrônico intensificam o pulso internacional retomado, desde o ano passado, com as copas de futevôlei e beach tênis, o Rio Open, a oitava etapa do Mundial de surfe. O tetra de Felipe Toledo nas ondas de Saquarema, festejado na galera, reavivou o espírito de arquibancada que irriga as artérias fluminenses.

Arquibancada também será farta no IEM Major Rio CS:GO, de 31 de outubro a 13 de novembro. O Mundial de conter-skrike, popular jogo de tiro, será disputado pela primeira vez na América do Sul. Reunirá 24 equipes, de vários países, atraídas pela premiação milionária e pelas belezas off-line: o mar, a mata, a prosa.

Os finalistas se enfrentarão numa Jeunesse Arena lotada. “Mas o torneio vai se desdobrar por outros espaços. Nas ruas, nos bares, o pessoal vendo junto os confrontos. Clima de Copa do Mundo”, projeta o publicitário e empresário Gabriel Duarte, diretor da Final Level, maior plataforma de entretenimento gamer do país. Ele completa:

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“Havia uma demanda latente, enorme, por esse evento no Rio. Ele extrapola a dimensão esportiva. Representa estilo de vida. O Rio, pela atmosfera, pelas condições geográficas e culturais, é um lugar perfeito para as experiências off-line ligadas aos esportes eletrônicos. Uma baita oportunidade também para ativações de marca”.

Outra final de estatura planetária vai agitar o Parque Olímpico em novembro. A Arena 1, palco do basquete na Olimpíada 2016, iluminará as manobras de bambas como Rayssa Leal, prata nos Jogos de Tóquio, e a bicampeã mundial Pâmela Rosa no Super Crown, a decisão da Liga Mundial de skate street.

O Tour do Rio desperta igual expectativa. A principal competição latino-americana de ciclismo está de volta em agosto, sete anos depois da passagem anterior no asfalto verde-amarelo.

Perto de 500 ciclistas vivenciaram um aperitivo da prova, no dia 3 de julho, em trajetos entre 25 e 115 quilômetros pelas imediações serranas de Miguel Pereira. O atleta e treinador Zimbrão, participante do Tour em 2010, comemora:

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“Uma competição como essa movimenta o turismo nas cidades por onde passa e ajuda a democratizar o ciclismo. Além disso, reforça a ligação do esporte com a natureza e a sustentabilidade. Uma ligação para a qual o Rio é vocacionado”.

Organizador de provas e equipes de ciclismo, Zimbrão ressalva:

“Eventos esportivos estimulam a economia, a cultura, o lazer, a saúde. Para consumar todo esse potencial, os gestores públicos e privados não podem se pautar só nas belezas naturais da cidade. Precisam explorá-lo de forma segura e bem estruturada, tanto para o público, para os turistas, quanto para os atletas”.

Ponderação semelhante faz o sócio do Sportlab e criador do Rei e Rainha da Praia Luiz Paulo Moura: “Os serviços e a segurança precisam acompanhar a inclinação carioca para sediar grandes encontros de arte, cultura, esporte”. Coordenador do curso de Marketing e Vendas no Futebol, da CBF Academy, Moura identifica pelo menos dez condições favoráveis para consolidar o Rio como capital esportiva:

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* Vocação histórica para eventos e turismo, potencializada por belezas naturais e espaços para competições, congressos, feiras.

* Desejo e necessidade de recuperação da saúde e da vida social abaladas pela pandemia, com a valorização das atividades ao ar livre, para as quais a cidade revela-se um convidativo playground.

* Rede de hotéis, bares e restaurantes.

* Espírito carioca, aberto a confraternizações.

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* Tendência do marketing e da comunicação para associar marcas a experiências presenciais singulares.

* Uso de leis de incentivo para financiamento de patrocínios a eventos.

* Estímulo da administração municipal ao setor de eventos.

* Avanços na gestão de organizações do esporte e no esporte.

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* Parque Olímpico.

* Presença do Comitê Olímpico do Brasil e de importantes confederações esportivas.

Aceleram ainda o pulso sociocultural, esportivo e econômico do Rio a quinta etapa do Estadual de beach tênis, 30 e 31 julho, em Copacabana; a meia maratona S-21K, em 31 de julho; sete provas de triatlo, entre agosto e novembro; o Master de surfe, 23 a 25 de setembro, em Búzios; e o confronto entre os surfistas da elite nacional programado para novembro, na Barra, entre outras competições.

Fermento para a economia, o turismo e a imagem cariocas, a retomada aguça o desafio conjunto de democratizar o esporte e expandi-lo como fonte de saúde, inclusão, integração. O dever constitucional exige o amadurecimento de políticas públicas e de investimentos privados alinhados à responsabilidade socioambiental.

O cenário deslumbrante ajuda muito. Mas, sabemos, não é o bastante.

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Alexandre Carauta é doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, especialista em Administração Esportiva, formado também em Educação Física.

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