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Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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O reinado das raquetes e as asas da simplicidade

Ascensão do beach tênis não usurpa a majestade histórica, simbólica e lúdica do frescobol, oportuno lembrete de que a vida jogada junto é mais gostosa

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Atualizado em 3 jun 2022, 21h25 - Publicado em 3 jun 2022, 10h35

Pegou de vez. Banhada pela luz do outono, a rima entre frescobol e tênis deslanchou nas areias. Acentua a caligrafia esportiva da praia, aliada da reabilitação física e mental que nos impõem esses tempos.

O beach tênis irmana-se definitivamente a vôlei, futevôlei, surfe, kite, SUP, treino funcional, altinha e, claro, dois clássicos: o gol pequeno (até hoje não inventaram melhor uso pro chinelo); e a corridinha marota, aquele despretensioso trote à beira-mar. Periga faltar espaço ao banhista interessado em lagartear ao sol.

As raquetadas ora destacam-se no vasto cardápio. Popularizam-se graças à combinação entre facilidade de prática, custo moderado e, em geral, baixo índice de lesões. Também conta, logicamente, o parentesco com o frescobol.

Millôr olharia com desconfiança. Antes de nos deixar, em 2012, ele havia adicionado o espírito livre do frescobol ao seu inesgotável banquete de boas sacadas.

A placa inaugurada no Arpoador celebra a ligação pioneira e entusiasta do escritor com a mais carioca das brincadeiras praianas. Dela se tornaria embaixador. Repudiava regras que a engaiolassem, idiotices que lhe cortassem as asas da simplicidade.

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Millôr Fernandes preferiria a altinha ao futevôlei, o jacaré ao surfe. Sabia das coisas.

O reinado do beach tênis não usurpa a majestade histórica, simbólica e lúdica do frescobol. Um lembrete, sempre oportuno, de que a vida jogada junto fica mais leve, fácil, gostosa.

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O lembrete é especialmente importante numa terra que naturaliza negligências aos direitos humanos, banaliza o extermínio dos seus genivaldos, esnoba o legado de anjos como a psiquiatra Nise da Silveira. No avesso dos tempos, o frescobol expressa a brisa das cores fraternas numa aquarela desbotada de empatia e delicadeza.

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Alexandre Carauta é doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, especialista em Administração Esportiva, formado também em Educação Física.

 

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