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Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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Está na hora de um pacto em torno de mais bola, menos discussão

Cada vez mais comuns e incisivas, reclamações de atletas e técnicos à arbitragem afrontam a ética profissional, a civilidade, o espetáculo esportivo

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Atualizado em 23 ago 2022, 12h01 - Publicado em 23 ago 2022, 00h54

O futebol sofre uma epidemia de reclamações. Seu epicentro eclode nos gramados brasileiros. Jamais se viu tanto jogador e tanto treinador reclamando tanto, por tanto tempo, com tanta intensidade. Em vez do VAR, melhor chamar Freud.

Vaias à arbitragem inscrevem-se na liturgia da arquibancada. Legitimam a genética sociocultural do torcedor. Reprimi-las pareceria boicote à carnavalização do estádio.

O rito ecoa no indefectível coro dirigido à mãe daquele jocosamente chamado de soprador de apito. Virou título de uma bem-humorada série ficcional sobre a vida de árbitro.

Exibidos em 2012 pela HBO Brasil, os 13 capítulos de “(fdp)” costuram sobressaltos do juiz Juarez (Eucir de Souza) dentro e fora dos campos. O protagonista equilibra-se entre pressões de torcedores, dirigentes, familiares. A vidraça como ela é.

Atletas e comissões técnicas supõem etiqueta distinta. Deles espera-se decoro compatível aos cargos e às responsabilidades socioeconômicas, ao invés de constantes reclamações ao longo dos jogos. Cada vez mais comuns e furiosas, roubam o papel da arquibancada.

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Equívocos da arbitragem não as justificam. Tamanho bombardeio mutila o jogo e a paciência de todos.

Os resmungos incessantes constituem uma tripla afronta. À ética profissional, à civilidade, ao espetáculo – portanto, ao consumo.

O excesso de contestações ultrapassa o tolerável mesmo para a cultura boleira, permeável à resenha, às provocações, às cornetadas. Só falta infernizarem o cara ou coroa.

Está na hora de um pacto civilizatório em torno de mais bola, menos discussão. Começa pelo urgente (re)encontro com, cantaria Chico, o tempo da delicadeza.

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Para lá nos levou, diga-se de passagem, o doce laço entre Anavitória e a Orquestra Ouro Preto, sábado passado, na Cidade das Artes. Iluminado pelos arranjos do maestro Rodrigo Toffolo e pela harmonia faceira da dupla, o concerto aliviou as almas cansadas de guerra. Um inspirador afago à leveza.

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Alexandre Carauta é doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, também formado em Educação Física.

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