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Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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Ágatha: reencontro com as areias cariocas rumo a Paris

Prata na Rio 2016, craque do vôlei de praia conta como as belezas do Rio ajudam a conciliar a maternidade com os treinos e jogos atrás da vaga olímpica

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Atualizado em 7 dez 2022, 18h56 - Publicado em 6 dez 2022, 09h59

Ágatha anda numa contagem regressiva tão fervorosa quanto a do hexa. Duas chegadas animam o reencontro da craque do vôlei com a areia, em janeiro. A filha Kahena ilumina a corrida a Paris 2024. Nascida há menos de dois meses, estica o sorriso fácil da vice-campeã olímpica em 2016. Reforça o fôlego para encarar, aos 39 anos, sucessivas competições ao lado da nova parceira, Rebecca.

Kahena e Rebecca embalam a iminente maratona de jogos e viagens. Delícias cariocas ajudam a aliviá-la. “Encontrar os amigos no calçadão, nas esquinas, é revigorante”, encanta-se a curitibana radicada no Rio desde 2005. A integração com a cidade reflete-se em mergulhos no Leblon, voltas no Centro, cafés da manhã na Gávea, e em homenagens como o nome eternizado num colégio da Zona Oeste.

Neste papo ligeiro, por vídeo, Ágatha lista preciosidades garimpadas nas artérias urbanas; conta o desafio de conciliar a maternidade com a largada de mais um ciclo olímpico; e revela a vontade de replicar, no Rio, o programa de iniciação esportiva desenvolvido no Panará.

Como conciliar a vida intensa de mãe recente com a maratona de treinos e competições em busca da vaga à Olimpíada de Paris?

É dureza, e ao mesmo tempo uma dádiva. A minha gestação foi tranquila. Eu me mantive bem condicionada. Isso facilitou a volta aos treinos. Quinze dias depois do parto, já estava na esteira. Por enquanto, fico só na academia. O Renan (marido e preparador físico) ajuda nos cuidados com a nossa filha. Ela já entra no ritmo olímpico.

Só falta reencontrar a areia…

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Eu mato essa saudade no próximo mês. Estou ansiosa para retomar os treinos e jogos na areia.

Ansiedade movida também pela largada com a nova parceira, Rebecca, não?

Claro. Estou animada com a nova parceria. Treinaremos juntas a partir de janeiro, no Rio. Um super desafio, porque seremos a dupla que começará a treinar mais tarde, em relação às outras também atrás de uma vaga nos Jogos de Paris. Nessas horas, a minha experiência olímpica, em 2016 (conquistou a prata) e 2021, ajuda bastante, assim como o suporte da equipe multidisciplinar.

Vocês embarcam já em março para sucessivas disputas nacionais e internacionais. Como a pequena Kahena se integra a essa maratona?

Ela faz parte do processo. Vai viajar com a gente. Tudo ficará bem, com muito amor, planejamento, equilíbrio.

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Ágatha com a filha no colo
Ágatha e a filha Kahena (Manila Comunicação/Divulgação)

Você se manteve ativa na gravidez, mas logicamente deixou de competir. De que mais sente falta neste período longe dos torneios?

Da adrenalina dos jogos, do sabor da vitória. Sinto falta também dos treinos no dia a dia. Mas logo vou reencontrar tudo isso.

Por falar em encontro, há quase 20 anos você forma uma dupla harmoniosa com o Rio. Já se considera carioca?

Da gema. Nasci em Curitiba, adoro aquela região, mas também me sinto em casa no Rio. Cheguei ao Rio em 2005, para jogar com a Sandra Pires (campeã olímpica em Atlanta 1996 e bronze em Sydney 2000), e me apaixonei pelo estilo de vida carioca, pela diversidade e leveza. As delícias cariocas me revigoram.

Por exemplo…

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Curto a vocação para aproveitar o dia, para encontrar os amigos nas esquinas. No Paraná, a gente encontra os amigos em casa. No Rio, encontramos no calçadão, na praia, no bar. Gosto das duas coisas.

Que lugares encantam ou renovam suas energias?

Extraí encantos em todos os bairros onde morei. Na Gávea, prevalece o clima de interior, combinado com a boemia. A gente conhece o padeiro, a moça da loja. Copacabana é a muvuca que dá certo. Encontramos todo tipo de gente, do mundo todo. Não precisamos de carro, tudo está à mão. A Barra me faz reviver a atmosfera de uma casa. Ando por ruas arborizadas e curto o varandão.

E a praia? Vira mais um lugar de trabalho?

Longe disso. É um permanente ponto de encontros, e de experiências bem cariocas. Quando eu treinava no Leblon, por exemplo, jamais deixava de dar um mergulhão. Além do mais, a união entre o mar e a montanha enche os olhos. A Lagoa também é maravilhosa. As belezas do Rio são para a vida. Elas e os programas culturais e gastronômicos me ajudam a encarar a agenda intensa de jogos e viagens.

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A que sabores você se refere, em especial?

Gosto de tomar café da manhã em padarias e lugares como a Casa da Tata, na Gávea. Quando estava grávida, aproveitava para bater pé pela cidade. Fiz, por exemplo, a visita guiada do Municipal. Esses programas ficavam difíceis em meio às viagens.

A sintonia com o Rio é tamanha a ponto de você ter virado nome de um colégio de Curicica, na Zona Oeste

Fico honrada. Sempre que posso, vou ao colégio e participo das atividades pedagógicas. Até porque o esporte é um agente de educação, saúde, inclusão. Quem está sob os holofotes midiáticos tem a responsabilidade propagar esse lado social do universo esportivo.

Falando nisso, você mantém, no Paraná, um programa de iniciação esportiva para crianças. Planeja expandi-lo ao Rio?

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Sim. Estudo até criar, depois do ciclo olímpico, uma franquia, para replicá-lo no Rio e em outras cidades. O programa contempla mais de 10 mil crianças e adolescentes de Paranaguá. Eles aprendem não só práticas esportivas, mas valores e princípios ligados ao esporte, como disciplina, solidariedade, cooperação.

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Alexandre Carauta é doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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